Nota de Repúdio

A Deputada Elcione Barbalho (MDB-PA), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, e as Deputadas Dulce Miranda (MDB-TO) e Lauriete (PSC-ES), vice-presidentes da CMulher, repudiam veementemente declarações que culpabilizam as mulheres pela violência estrutural que atinge a nossa sociedade
28/07/2021 14h51

É inaceitável a perpetuação do ciclo de violência contra a mulher por um Senador da República (ou qualquer homem) que assim o faz ao insinuar que a vítima tenha sido merecedora da agressão. Ao procurar agentes do Estado que deveriam zelar pela sua vida, uma mulher foi novamente violentada. E por ter sua palavra descredibilizada, sofreu a violência pela terceira vez. Inúmeras brasileiras sofrem diariamente violência física, psicológica, moral, política e patrimonial e têm medo de denunciar. Situações como essas nos mostram o porquê. Precisamos lutar diariamente não só para combater a violência contra a mulher, mas também para tornar todos os setores da sociedade espaços seguros para que não tenhamos medo de denunciar e para que a nossa palavra seja o suficiente.
O mesmo Senador fez declarações jocosas sobre as agressões que a deputada Joice Hasselmann (sem partido) alega ter sofrido no último final de semana, novamente minimizando a gravidade que é a prática de violência contra a mulher. Nós, parlamentares integrantes da CMulher, solidarizamo-nos com todas as vítimas deste tipo de violência ainda tão presente no nosso país e reforçamos o nosso compromisso de lutar pelos direitos das mulheres. Repudiamos este tipo de conduta, principalmente vindo de parlamentares que deveriam trabalhar pela melhoria da sociedade.
Estamos juntas e não vamos nos calar.