Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher aprova requerimento para visita técnica ao Rio de Janeiro para acompanhar o caso da menor violentada
O mundo inteiro acompanha, estarrecido, o caso da menor de 16 anos cruelmente violentada por 33 homens, ocorrido no Rio de Janeiro no dia 21 de maio. O estupro, em qualquer circunstância, é crime hediondo que dilacera suas vítimas e deixa marca indeléveis que duram por toda a vida. Quando cometido contra menor e por vários homens nos remete à tempos bárbaros, não compatíveis com a democracia igualitária que acreditamos estar construindo neste país.
A violência contra a mulher é a sombra perniciosa que paira sob nossa aparente modernidade. A cada três horas uma mulher é estuprada no Brasil – isso somente segundo o serviço de denuncias via número 180. O estupro não escolhe raça, classe social ou faixa etária. Pode ser praticado por pessoas conhecidas, por “cidadãos de bem” acima de qualquer suspeita.
Além da violência sofrida, a vítima do estupro também passa por verdadeiro calvário para buscar a punição de quem o cometeu. Sua honra é atacada, sua palavra questionada, numa evidente falta de preparo dos órgãos públicos para atender a este tipo de situação. Seu corpo violentado também fica à mercê de doenças e de ficar grávida de seu agressor.
No caso da menor de idade violentada no Rio de Janeiro o drama tem contornos ainda mais cruéis. O início das investigações sobre o caso e até mesmo sua divulgação pela imprensa mostrou o quanto ainda temos de preconceito e de falta de preparo para lidar com a mulher agredida sexualmente. Aconteceram tentativas de desqualificar a vítima e se colocou em duvida a veracidade de seu relato.
Diante destes fatos, é imperativo que esta Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher acompanhe em visita técnica o estado atual da menor violentada, de forma a não somente a prestar solidariedade à vítima e a sua família, mas também para verificar se as ações do poder público para solucionar este crime estão em conformidade com nosso objetivo de diminuir cada vez mais os casos de violência contra a mulher.