Câmara dos Deputados lança Observatório Nacional da Mulher na Política

Em junho, o Brasil passou a ocupar a 140ª posição do ranking da União Interparlamentar que avalia a participação política de mulheres em 192 países. O País está atrás de todas as nações da América Latina, com exceção do Paraguai e do Haiti. No Brasil, a Câmara dos Deputados possui apenas 15% de mulheres e o Senado Federal 12%, o que tem mantido aquecido o debate sobre as políticas de cotas e demais ações afirmativas de incentivo à eleição de mulheres. Em âmbito municipal, 900 municípios não tiveram sequer uma vereadora eleita nas eleições de 2020. Para investigar, monitorar e centralizar estudos e indicadores sobre a atuação política de mulheres em âmbito federal, estadual e municipal, a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, lança na quarta-feira (30 de junho), às 17 horas, o Observatório Nacional da Mulher na Política (ONMP), que será coordenado por três deputadas federais, com Núcleos Estaduais instalados nas Assembleias Legislativas e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
25/06/2021 16h07

As agendas de pesquisa serão definidas por um Conselho Consultivo, a ser integrado por deputadas federais e estaduais, pesquisadoras e representantes de organizações parceiras. As pesquisas serão conduzidas a partir de três eixos: violência política contra a mulher; atuação parlamentar e representatividade feminina; e atuação partidária e processos eleitorais. Cada eixo terá um plano de trabalho próprio e será conduzido por pesquisadoras convidadas com reconhecida experiência no tema.

Segundo a Procuradora da Mulher da Câmara dos Deputados, deputada Tereza Nelma (PSDB-AL), a criação do Observatório permitirá que pesquisas existentes sobre diversos temas sejam agregadas em um único portal online, facilitando o acesso e a inclusão de novas investigações e pesquisas para aprofundar o conhecimento sobre a realidade das mulheres eleitas em todas as esferas e estados.

“O Brasil possui uma série de fatores condicionantes que dificultam tanto o ingresso quanto a permanência das mulheres na política. Com essa iniciativa, poderemos ter acesso a mais evidências que nos permitam debater e formular soluções legislativas adequadas para reduzir o impacto desses fatores”, diz a procuradora.

Para a Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, deputada Elcione Barbalho (MDB-PA), o espaço político brasileiro ainda é majoritariamente masculino, o que o torna muitas vezes hostil para as mulheres, por serem minoria.

“É urgente a busca de soluções eficazes para tornar a política mais equânime. Por isso, a criação de um observatório multidisciplinar será de extrema importância para que encontremos os melhores caminhos para trazer mais mulheres para os espaços de poder e decisão”, aponta Elcione.

A 2ª vice-presidente da CMulher, deputada Lauriete (PSC-ES) declarou: “Os eixos abordados pelo observatório da mulher apresentam a necessidade da elaboração de estratégias legislativas eficientes de promoção da mulher na política. Já contamos com alguns dispositivos, mas precisamos unir ideias e esforços para avançarmos na proporção que almejamos”.

Organizações parceiras – Diversas entidades e instituições estão sendo convidadas a participar. Até o momento, integram o Observatório, além das Assembleias Legislativas estaduais e do Distrito Federal, o Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, o Grupo Mulheres do Brasil, Instituto Alziras, Instituto Artemisias, Instituto Patrícia Galvão, Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Virada Feminina, Women’s Democracy Network e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

 

SERVIÇO: Lançamento (online) do Observatório Nacional da Mulher na Política (ONMP)

Data e horário: 30/06/2021, às 17 horas

Transmissão pelo Portal E-Democracia: https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/62027 e pelos canais Youtube da Câmara dos Deputados e da Secretaria da Mulher

https://www.youtube.com/channel/UC-ZkSRh-7UEuwXJQ9UMCFJA 

https://www.youtube.com/channel/UCOljDhw2bRyBhhTTC-IMifQ 

 

Texto - Izabel Machado e Lanna Borges