Câmara destaca o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência
Um estudo da UNESCO indica que mulheres ocupam apenas 28% das posições de pesquisa no mundo. No Brasil, os números mostram uma realidade um pouco menos desigual. De acordo com o levantamento Open Box da Ciência, as mulheres representam 40,3% dos cientistas que declararam ter doutorado na Plataforma Lattes, que é a base de dados do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
E uma das mulheres que se destacam no meio científico mundial é a astrônoma brasileira Duília Fernandes de Mello. Professora e vice-reitora da Universidade Católica das Américas nos Estados Unidos, ela é reconhecida pela descoberta de galáxias e de estrelas intergalácticas em trabalhos de parceria com a NASA, a agência espacial americana. Mas o caminho até ganhar destaque foi longo e nem sempre fácil. Por isso Duília criou uma rede de apoio na internet para incentivar as mulheres que desejam seguir carreira científica.
“As mulheres são minoria na ciência, e sempre é muito difícil para as minorias. Existem muitos obstáculos, e a gente tem sempre que ter muita resiliência e ajudar umas às outras. Então, eu recomendo a todas que procurem as mulheres nas áreas específicas e façam ali a sororidade, muito importante nessa hora pra gente conseguir vencer todos os obstáculos, todas as micropressões que aparecem no dia a dia, mas não deixar que isso nos desestimule”.
A deputada Rosângela Gomes (Republicanos-RJ), que recentemente teve um encontro com a doutora Duília de Mello, destaca a importância de termos mulheres na Ciência, ainda mais nestes tempos da pandemia de Covid-19.
“ Imagina agora nesse período de pandemia em que nós estamos dependendo da ação positiva de todos os cientistas, homens ou mulheres e, com as mulheres se destacando, para cuidar do nosso povo, e descobrimos remédios e tratamentos eficazes”.
A Câmara dos Deputados aprovou um projeto que institui o prêmio Mulheres na Ciência Amélia Império Hamburger, que tem por objetivo incentivar a formação de mulheres cientistas e pesquisadoras. A autora da proposta, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), defende a importância de promover a igualdade de gênero na área científica.
“Sabemos da invisibilidade, que faz com que as mulheres sejam apenas consideradas colaboradoras, dificilmente protagonistas das descobertas, quando, na verdade, há diversos escritos que provam a presença efetiva da mulher nas grandes descobertas e na garantia do desenvolvimento científico e tecnológico em todas as épocas da história”.
O Prêmio Mulheres na Ciência Amélia Império Hamburger vai ser concedido anualmente pela Câmara a três mulheres cientistas que se destacarem por suas contribuições para a pesquisa nas áreas de ciências exatas, ciências naturais e ciências humanas.
Nascida em São Paulo em 1932, Amélia Império Hamburger foi uma física, professora, pesquisadora e divulgadora, que, além de outras realizações, participou da criação da Sociedade Brasileira de Física.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Silvério Rios
08/02/2022 18:10 - Ciência e Tecnologia
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