Durante o 11º Fórum Parlamentar do BRICS, a deputada Célia Xakriabá, Presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, participou da mesa cujo tema foi “Fortalecendo as Mulheres para enfrentar a Crise Climática”.
Em sua fala, a deputada lembrou que o Congresso Nacional demorou 109 anos para eleger a primeira mulher, mas demorou 195 anos para eleger a primeira mulher indígena. Ao mencionar que hoje ocupa o cargo de Presidenta da Cmulher, a deputada enfatizou a necessidade da discussão da pauta de gênero e clima, dizendo que os dados já revelam que mulheres e meninas são as mais impactadas com a crise climática, a exemplo das dezenas de meninas Yanomami estupradas e violentadas por conta do garimpo ilegal.
A Presidenta defendeu, ainda, que a pauta ambiental não pode ficar restrita à agenda progressista e precisa urgentemente ser tratada como uma pauta humanitária.
Falando sobre o Projeto de Lei 2159/2021, que ficou conhecido como o PL da devastação, lembrou que o Brasil pode perder o equivalente ao Estado do Paraná, com mais de 11 milhões de habitantes, caso o referido projeto seja aprovado.
A deputada apresentou a indicação 1453/2025 para que os países integrantes dos BRICS destinem 5% do orçamento designado à área militar para a agenda global de gênero e clima.
Ao finalizar a sua participação na mesa, a deputada acentuou: “Os povos indígenas evitam a queda do céu. É preciso pensar a lei de rastreabilidade com compromisso. Mulheres indígenas são guardiãs do planeta para a defesa e a cura da humanidade”.
Também participou do evento, presidindo a mesa de abertura e 1ª Sessão de trabalho da Reunião de Mulheres Parlamentares, a deputada Jack Rocha, Coordenadora da Bancada Feminina na Câmara dos Deputados.
A deputada destacou que, ali, as mulheres não estavam apenas enquanto representantes dos países, mas como agentes de mudanças e arquitetas de um presente e de um futuro mais justo.
Na sua fala de abertura, afirmou que “ a participação das mulheres nas decisões políticas não é uma cortesia, é uma necessidade estratégica”.
A deputada também ressaltou a forma desproporcional com que mulheres e meninas são afetadas pelos diversos desastres naturais, crimes ambientais e escassez de recursos e afirmou que é preciso garantir que as políticas climáticas integrem a perspectiva de gênero desde sua concepção.
Finalizando a abertura da sessão, Jack Rocha afirmou que aquela reunião “será lembrada, não apenas como mais um encontro diplomático, mas como um momento em que mulheres parlamentares unem forças e se unem para construir um futuro mais inclusivo e sustentável”.