A Mesa da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, na pessoa da Presidenta, deputada Célia Xakriabá, da 1ª Vice-Presidenta, deputada Delegada Adriana Accorsi, e da 2ª Vice-Presidenta, deputada Silvye Alves, manifesta sua total solidariedade à deputada federal Marussa Boldrin (MDB-GO), vítima de violência doméstica praticada por seu ex-marido, conforme denúncia apresentada e amplamente divulgada pela imprensa.
De acordo com o sensível e doloroso manifesto por ela publicado “Por todas as Mulheres que já silenciaram sua dor”, a deputada relatou ter sido vítima de sucessivas violências psicológica, moral e também física, ao longo de anos, tendo inclusive solicitado medida protetiva para resguardar sua integridade e segurança, bem como a de seus filhos.
O relato corajoso, profundo e revoltante de Marussa Boldrin nos comove a todas, independentemente da coloração partidária, pois, ao romper o silêncio, enfrentar o medo e se liberar da culpa, ela também o faz para encorajar outras mulheres a buscarem ajuda e lutarem por sua liberdade e dignidade. Por uma vida sem violência.
Esses fatos revelam a gravidade da violência de gênero que, lamentavelmente, atinge mulheres de todas as idades, profissões e classes sociais, inclusive aquelas que ocupam espaços de poder e representação política.
Este episódio lamentável também configura uma expressão de violência política de gênero, uma das faces mais cruéis do patriarcado que ainda marca a desigualdade existente na vida pública no Brasil. A violência sofrida pela deputada Marussa Boldrin não atinge apenas a sua dignidade, mas se inscreve em uma prática estrutural que busca intimidar, deslegitimar e afastar mulheres do exercício de funções públicas em um espaço historicamente dominado por homens – o que se torna ainda mais perverso quando a violência política se associa à violência doméstica.
A violência política de gênero não é apenas uma agressão contra uma mulher, é uma agressão contra a própria democracia, que se enfraquece quando mulheres eleitas são ameaçadas, agredidas ou constrangidas no exercício do mandato que lhes foi conferido pelo voto popular.
A violência doméstica é uma violação dos direitos humanos e deve ser combatida com rigor. A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) e o marco legal da violência política de gênero (Lei nº 14.192/2021) são instrumentos fundamentais para proteger mulheres e punir agressores, sejam eles quem forem.
A Mesa da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher repudia veementemente toda e qualquer forma de violência contra as mulheres e reitera seu apoio à deputada Marussa Boldrin neste momento difícil. Reforçamos ainda a importância de que todos os órgãos competentes ajam com a devida celeridade e rigor para assegurar a proteção da vítima e a responsabilização do agressor.
Seguiremos atuando para garantir que nenhuma mulher seja silenciada ou violentada e para que a política e todos os espaços públicos sejam ambientes seguros e respeitosos para todas.

Brasília, 28 de abril de 2025.

Deputada Célia Xakriabá
Presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher Câmara dos Deputados - CMULHER

Deputada Delegada Adriana Accorsi
1a Vice-Presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher Câmara dos Deputados - CMULHER

Deputada Silvye Alves
2a Vice-Presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher Câmara dos Deputados - CMULHER