Ministro ressalta trajetória de crescimento da indústria naval
Durante audiência da Comissão de Minas e Energia, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ressaltou que a indústria naval vem passando por uma trajetória de crescimento, resultante de investimentos em tecnologia, inteligência e produção nacional. Hoje, disse o ministro, o Brasil conta com nove estaleiros ativos e quatro em construção, além de 69 mil trabalhadores empregados. "Em 2003, tínhamos só três estaleiros e 7.465 trabalhadores", comparou.
Um dos motivos por que a audiência foi solicitada pelo deputado Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS) foi o fato de 14 mil postos de trabalho no setor terem sido cortados no primeiro semestre deste ano, segundo dados do Sindicato da Indústria Naval.
Mercadante admitiu que alguns empregos podem ser perdidos, mais uma vez em razão dos ciclos do petróleo e do capitalismo. "Não digo que não vamos perder empregos ainda. Agora, não é fácil superar uma conjuntura como essa, uma queda no preço do petróleo, com aumento dos investimentos que estavam em curso", disse.
Demanda
O ministro lembrou que, apesar da crise, ainda existe uma grande demanda para construção de plataformas petrolíferas, por exemplo. "Existe uma demanda futura, tanto da Petrobras quanto de empresas privadas", disse.
Para tanto, Nelson Marchezan cobrou mais investimentos. "O problema é crédito, uma vez que a demanda da indústria naval é quase 100% da Petrobras. Espera-se algum planejamento. Como é que o governo diz que não sabe o que vai acontecer? Quanto vai ser liberado até o fim do ano?", perguntou Marchezan.
Segundo o ministro, até junho deste ano, foi desembolsado R$ 1,8 bilhão do Fundo da Marinha Mercante, que permite a construção de estaleiros e embarcações mediante financiamento. A expectativa é chegar a aproximadamente R$ 4 bilhões até o fim de ano, equiparando-se ao valor investido no ano passado.