Greenpeace cobra incentivos para produção de energia solar

05/06/2014 16h55
05/06/2014 15h06

 

A coordenadora da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, Barbara Rubim, afirmou que o país tem investido em energia eólica, movida a vento, mas precisa investir mais em energia solar. Ela participou de audiência pública da Comissão de Minas e Energia sobre o incentivo a energias alternativas no Brasil.

Para Bárbara, a previsão de um primeiro leilão específico para a energia solar, anunciado pelo governo para outubro, é um avanço, mas não é o suficiente, sendo necessários mais incentivos para esse setor.

"O governo tem ignorado o potencial de energia solar do País. Todas as regiões são boas para a energia solar, porque a gente tem uma alta irradiação do sol. Se somente 3% das casas presentes na área urbana do Brasil tivessem seu telhados cobertos por placas fotovotaicas a gente conseguiria 10% da demanda nacional de energia".

A representante do Greenpeace considera que houve uma cegueira no planejamento energético do governo nos últimos anos. Para ela, o Brasil se acomoda, porque sua fonte energética principal, a hidrelétrica, já é renovável e limpa. Hoje a energia gerada pelas hidrelétricas corresponde a 80% da matriz energética brasileira . Mas, na visão de Bárbara, em um contexto de mudança climática, confiar tanto nossa geração de energia apenas nas chuvas pode ser arriscado.

O superintendente da Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, Hélvio Guerra, admite que o país demorou para começar a investir na energia solar e na energia eólica. Conforme Guerra, porém, já existem incentivos fiscais para as fontes de energias alternativas.

A presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Melo, ressaltou que a indústria eólica no Brasil de fato tem tido apoio do governo desde 2009, quando foi feito o primeiro leilão específico para esse tipo de energia. Segundo ela, a energia eólica hoje é competitiva, graças aos benefícios concedidos pelo governo. Ao final de 2014, esse tipo de energia deve ter participação de 4% na matriz energética nacional.

Gustavo Lima
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O deputado Fernando Ferro, do PT de Pernambuco, considera que houve avanço do governo no investimento de energias alternativas, especialmente na energia eólica, mas não foi o suficiente. Para ele, a próxima fronteira a ser ultrapassada é o investimento na energia solar. Ele acrescentou que a Câmara dos Deputados pode colaborar aprovando um marco regulatório para as fontes renováveis.

"Nós não temos ainda uma legislação que incentive e que defina claramente como essas fontes de energia devem participar da nossa matriz energética. Isso pode inclusive incorporar subsídios, incentivos para que nós continuemos nessa trajetória de construir uma matriz energética limpa".

O diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Jorge Jobim, destacou que uma das preocupações do governo é com o baixo custo da tarifa.

"Ou seja, deve entrar na matriz energética brasileira aquela fonte que tiver melhor condição de competitividade. Isso para não afetar o valor da tarifa".

A representante do Greenpeace destacou que, quando se começou a investir em energia eólica no Brasil, os preços também não eram competitivos. E foi justamente os incentivos do governo que fizeram com que a energia eólica seja hoje a segunda fonte energética mais barata do país. Para ela, o mesmo deve ser feito no caso da energia solar.

Agência Câmara

Da Rádio Câmara, de Brasília, Lara Haje