Diretor de consultoria defende mudanças no modelo de partilha da Petrobras
Em audiência pública da Comissão de Minas e Energia, o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano José Pires Rodrigues, defendeu mudanças no modelo de partilha usado pelo Brasil desde 2010 para a exploração do petróleo do pré-sal.
“Não proponho acabar com o modelo da partilha, mas adaptá-lo à nova realidade do mercado nacional e internacional do petróleo”, explicou. A CBIE é uma empresa de consultoria especializada no mercado de energia.
Rodrigues defende o fim da obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora única, com participação mínima de 30% da exploração e da produção dos campos.
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Segundo o diretor do CBIE, as condições que existiam em 2010, quando o modelo foi implantado, não existem mais hoje. Ele apontou fatores internos e externos para isso. Internacionalmente, o preço do petróleo caiu e as exigências ambientais aumentaram. Do ponto de vista interno, ele apontou a crise da Petrobras, que teria tirado as condições de a empresa investir conforme planejado.
“A Petrobras sofreu processo de deterioração muito grande desde 2010, quando foi aprovado o modelo de partilha. Basta ver os números. O governo controlou preços dos combustíveis e provocou um prejuízo de R$ 60 bilhões. A dívida total da Petrobras, hoje, é de R$ 400 bilhões. De 2010 para cá, a empresa se endividou 20 bilhões de dólares por ano e este ano será a mesma coisa”, disse.
Redrigues defendeu uma “refundação” da Petrobras. “A empresa precisa voltar a trilhar o caminho da lucratividade e da eficiência. Nesse período, ela foi usada como instrumento de política econômica, industrial e partidária. Tem que voltar a olhar os interesses dos acionistas, tanto majoritários, que somos todos nós, como os minoritários”, disse.
“A obrigatoriedade (dos investimentos da Petrobras) não é uma coisa saudável. A Petrobras não tem condições hoje de assumir a missão que foi dada a ela em 2010”, disse.
Agência Câmara