Técnicos alertam para falta de precaução na liberação de transgênicos
“O representante do Ministério da Reforma Agrária na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNbio), Leonardo Melgarejo, alertou que o princípio da precaução não está sendo levado em conta para a liberação de transgênicos e que o colegiado está dividido quanto as consequências da produção e comercialização desses produtos”, disse Sarney Filho.
O parlamentar afirmou que a realização da audiência pública se deu devido às informações de que a CTNBIO estaria apenas fazendo o que determina o mercado, desregulamentando a entrada de transgênicos, sem considerar o princípio da precaução no que se refere à saúde e ao meio ambiente.
“Não sou contra os avanços da tecnologia, mas não podemos abrir mão de cuidados rigorosos, especialmente em se tratado do Brasil, um país megadiverso e que presta importantes serviços ambientais ao país e ao mundo”, afirmou Sarney Filho.
Para o deputado, 10 anos depois da liberação da soja transgênica, feita por meio de Medida Provisória, é urgente avaliar tudo que ocorreu nesse tempo desde as pesquisas até comercialização dos produtos. “Na época, o Partido Verde criticou duramente o governo pela decisão de deliberar sobre OGMs por meio de MP”, disse.
Ele informou que diante dos dados e opiniões colhidas na reunião, como líder do Partido Verde, irá se reunir com o partido para decidir que ações devem ser adotadas.
O presidente da CTNBio, Flávio Finardi Filho, defendeu o trabalho da CTNbio e criticou estudo feito pela revista Food and Chemical Toxicology, indicando que ratos alimentados com organismos geneticamente modificados (OGM) morrem mais cedo e sofrem de câncer com mais frequência do que os demais. Ele disse que a raça de ratos utilizados na pesquisa costuma desenvolver tumores e morre mais cedo, independente da alimentação.
O pesquisador da Embrapa, Elíbio Leopoldo Rech, afirmou que a empresa, hoje, tem hoje condições de desenvolver produtos com menos impacto no meio ambiente e ao mesmo tempo mitigar eventuais efeitos.
Já o assessor técnico da ONG AS-PTA, Gabriel Fernandes, concordou que hoje se conhece mais sobre os transgênicos do que há 10 anos, mas por outro lado, informou que sementes geneticamente modificadas mais resistentes continuam recebendo grande quantidade de inseticida. “Ao mesmo tempo em que se usam mais transgênicos, nos últimos anos também aumentou a quantidade de inseticidas”, lamentou.
Fonte: Assessoria de imprensa do deputado Sarney Filho (PV/MA).