Sarney Filho anuncia suspensão de bloqueio a navio em São Luís
De acordo com o coordenador de Campanha da Amazônia da ONG no Brasil, Marcio Astrini, a interrupção representa “um ato de boa vontade” diante do diálogo que será mantido entre o presidente da comissão e as siderúrgicas do Pará e do Maranhão que estariam utilizando carvão obtido de desmatamentos ilegais para a produção de ferro e aço.
Sarney Filho disse que a partir de hoje iniciará os entendimentos com as empresas na busca de uma solução para o impasse. “É fundamental que as siderúrgicas deixem de usar carvão oriundo de desmatamento de florestas nativas. As denúncias publicadas pelo jornal O Globo, a partir de relatório do Greenpeace, mostram que muitos desmatamentos estariam ocorrendo dentro de reservas indígenas e de áreas protegidas, como a reserva Biológica de Gurupi, no Maranhão”, afirmou o deputado.
Hoje pela manhã foi realizada audiência pública na Comissão do Meio Ambiente que contou com a participação do Secretário Adjunto de Recursos Ambientais da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Maranhão, Antônio César Carneiro Souza, representantes do Ibama, do Instituo Chico Mendes e do presidente do Sindicato das Indústrias de Ferro de Minas Gerais, Paulo Henrique Carneiro.
Sarney Filho adiantou que além de tentar fechar um acordo com as siderúrgicas que operam no Polo de Carajás, vai propor aos parlamentares da bancada do Maranhão a apresentação de uma emenda coletiva destinando recursos para regularizar todas as áreas de proteção ambiental no Estado. “Mesmo criadas, elas não foram ainda regularizadas, facilitando os desmatamentos”, afirmou o deputado.
A denúncia de trabalho escravo nas carvoarias também preocupa a CMADS. “As informações são preocupantes por causa da degradação ambiental das áreas protegidas da região, mas também pelas péssimas condições de trabalho da população envolvida na produção do carvão que abastece as siderúrgicas que utilizam tal matéria-prima”, destacou.”
O representante da Secretaria do Meio Ambiente do Maranhão, Antônio Cesar Carneiro Souza, disse que a maior parte das guserias já está implantando projetos de reflorestamento, mas admitiu que muitas carvoarias se instalaram em torno de áreas indígenas e de áreas protegidas tanto Maranhão como no norte do Pará, que não contam com uma fiscalização eficiente. O Diretor do Instituto Chico Mendes, Paulo Henrique Carneiro, confirmou que em especial na Amazônia, há áreas muito extensas para poucos fiscais.
Fonte: Assessoria de imprensa do deputado Sarney Filho