Sarney Filho afirma que as políticas de governo não consideram as mudanças climáticas

O presidente da Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Sarney Filho (PV-MA) conclamou o Congresso Nacional a influenciar com mais empenho as políticas de governo para as consequências das mudanças climáticas. “Essas políticas, infelizmente, têm estado alheias à gravidade da crise climática e ambiental, comprometendo o desenvolvimento responsável das regiões Norte e Nordeste e de todo o País”, criticou o deputado.
06/11/2012 13h15

Leonardo Prado - Agência Câmara

Sarney Filho afirma que as políticas de governo não consideram as mudanças climáticas

Presidnete da CMADS, participa da abertura do VI Simpósio da Amazônia: Desenvolvimento Regional Sustentável.

Sarney Filho falou na abertura do VI Simpósio Amazônia: Desenvolvimento Regional Sustentável (Regiões Norte e Nordeste), em Brasília, sobre desenvolvimento sustentável e os efeitos do clima. O evento foi promovido  pela Comissão da Amazônia, presidida pelo deputado Wilson Filho (PMDB-PB).

 

 “Este é o momento propício ao entendimento de que os limites planetários devem ser altamente considerados no planejamento de um desenvolvimento sólido e permanente. Nos Estados Unidos, o furacão Sandy fez o prefeito de Nova York, o republicano Bloomberg, declarar apoio a Barak Obama, trazendo a questão climática para o centro da disputa presidencial americana”, lembrou o presidente da CMDAS.

 

Ao falar sobre cenários futuros de mudanças do clima no Brasil, ele afirmou que os impactos devem ser diferenciados nas regiões. “De acordo com o pesquisador José Marengo, o Brasil é vulnerável às mudanças climáticas atuais e mais ainda às que se projetam para o futuro, especialmente quanto aos extremos climáticos. Ele explica que as áreas mais vulneráveis são a Amazônia e a Região Nordeste, conforme registrado no Relatório do Clima do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE” informou.

 

“A Amazônia ficará 3 a 5 ºC mais quente, no melhor cenário, e 4 a 8 ºC no pior, com redução de 15 a 20% do volume de chuvas, atrasos na estação chuvosa e aumento de extremos de chuva e seca. Parte da floresta será substituída por Cerrado. Já A região Nordeste ficará até 3ºC mais quente, no melhor cenário, ou até 4ºC mais quente no pior, e até 20% mais seca, de acordo com os  estudos” exemplificou o deputado.

 

Ainda sobre o quadro sombrio das mudanças climáticas, o deputado fez referência ao relatório de Avaliação Nacional sobre Mudanças Climáticas, da Coppe, assinado por 128 cientistas. Eles consideram o Brasil ainda mais vulnerável às consequências do aumento da temperatura, com secas mais severas na Amazônia e na Caatinga, que terá 50% menos de chuvas em 2050. Até o fim do século, as chuvas na Amazônia poderão reduzir-se em 45%.

 

O relatório aponta como os países mais vulneráveis aqueles com altos índices de pobreza e que dependem de condições climáticas para a agricultura. O Brasil não está entre os países de extremo risco, mas entre os de alto risco, devido à possibilidade de grandes alterações de temperatura, precipitação e umidade nas próximas três décadas, sendo as regiões a leste do País as mais vulneráveis.

 

“Embora apenas 30% do Brasil esteja sob extrema ou alta exposição a mudanças climáticas, estes 30% representam vasta área de terras - a segunda maior de todos os países incluídos no índice. Isto, somado a fatores de infraestrutura precária e regiões de extrema pobreza, pôs o País entre os considerados de alto risco”, observou Sarney Filho.

 

Fonte: Assessoria de imprensa do deputado Sarney Filho (PV/MA)