ONU convoca reunião extraordinária para debater texto da Rio+20
A reunião de duas semanas encerrada na tarde de sexta na sede da organização conseguiu reduzir o rascunho do documento, batizado “O Futuro que Queremos”, de 278 para 150 páginas. O número de temas a serem tratados, porém, cresceu de 15 para 27, e o nível de detalhe diminuiu, devido à resistência dos países em fazer concessões que permitissem objetivos mais ambiciosos.
O Brasil não descarta a necessidade da intervenção de chefes de Estado nas próximas semanas para tentar colocar as negociações de volta nos trilhos.
“Após quatro meses de conversas sobre o chamado ‘Rascunho Zero’ do documento, as negociações da Rio +20 estão no zero a zero. Pouco ou nada apareceu que possa entregar o que os governos concordaram que era necessário cumprir 20 anos atrás, na Cúpula da Terra”, disse Antonio Hill, da ONG Oxfam.
O próprio G77, o grupo dos países em desenvolvimento, rachou na noite de quinta-feira sobre a principal controvérsia da Rio +20, a reforma das instituições de desenvolvimento sustentável da ONU. Os países africanos resolveram manter sua posição de exigir que o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) seja transformado numa agência independente.
Também causou cisão entre os países em desenvolvimento a proposta do estabelecimento, no Rio, do embrião de uma convenção mundial para a proteção dos oceanos. O Brasil tinha interesse na ideia, que poderia ser facilmente vendida à sociedade como um resultado concreto da Rio +20. Mas a Venezuela não aceitou.
Fonte: Folha.com
Reportagem: Claudio Angelo