Desenvolvimento sustentável está nas mãos da sociedade, avaliam parlamentares

O deputado Hugo Leal (PSC-RJ), que participou dos debates no Rio de Janeiro, reconhece a importância do Parlamento para se atingir as metas propostas pela conferência, mas afirmou que o papel principal na busca pelo desenvolvimento sustentável cabe à sociedade.
03/08/2012 13h33

“O papel que a Câmara tem em dar continuidade ao que foi discutido na Rio+20 é exatamente deixar que a sociedade se aproprie desse tema, que ela direcione o debate. Quanto mais a sociedade se apropriar do tema ‘economia sustentável’, mais fácil será produzirmos legislação que possa facilitar esse desenvolvimento.”

O presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), também ressaltou a participação da sociedade na conferência. “Nós tivemos duas Rio+20: a oficial – de chefes de Estado – e a da sociedade – envolvendo ONGs, empresários, trabalhadores, indígenas.”

Na Rio+20 oficial, avaliou Sarney Filho, o resultado foi frustrante. “Não saímos de lá, como esperávamos, pensando que haveria uma governança global para implementar uma radical mudança na produção, no consumo. Por outro lado, ficou comprovado que o protagonismo da defesa da sustentabilidade está nas mãos da sociedade”, afirmou.

Ele reconheceu que o documento final da conferência é genérico porque é fruto da diversidade de interesses envolvidos na discussão e da necessidade de se chegar a um consenso, mas afirmou que, efetivamente, os avanços foram conseguidos pela sociedade.

“A C40 – órgão que reúne em torno de 74 cidades do mundo – resolveu criar uma meta de redução de emissões [de gases de efeito estufa]; algumas das maiores bolsas de valores do mundo aceitaram fazer a contabilidade ambiental nas suas empresas; o Banco Mundial disponibilizou quase 3 bilhões de dólares para financiar projetos de mobilidade urbana com combustíveis não fósseis”, enumerou Sarney Filho. “São as ‘forças vivas’ da sociedade que vão levar os governos a se modificar”, disse o deputado.

Produção rural - O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) acredita que é possível produzir respeitando o meio ambiente, mas avalia que a conta fica só com o produtor. “A área que vai ficar inativa é dele [do produtor], ele vai beneficiar a sociedade inteira, mas pagando a conta. Temos que pensar também na urbanização da área rural. Todos precisam colaborar.”

Para Marquezelli, o setor rural é o grande responsável, hoje, pelo saldo da balança de exportação, “alimento na mesa de todos os brasileiros a preços bons com produtos de qualidade. Mas de repente o homem na área rural virou o grande predador brasileiro”, criticou.

Para o líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), no entanto, quem tem mais poder econômico tem que ter mais obrigações. (PB)

Fonte: Agência Câmara