De acordo com o deputado, uma equipe de pesquisadores da Embrapa Semiárido concluiu, recentemente, estudos que mostram um elevado grau de contaminação do lago. “A contaminação foi identificada no Vale do São Francisco, mas pode atingir todas as cidades abaixo do rio. O fato é altamente alarmante, uma vez que as águas do rio São Francisco são utilizadas para consumo humano e animal. Isto é, água contaminada está sendo consumida pelas populações das cidades ribeirinhas”, complementa o parlamentar.

A pesquisa, conduzida por Alessandra Monteiro Salviano Mendes e Paula Tereza de Souza e Silva, revela que “em vários pontos do lago, metais pesados (como Níquel, Cromo, Ferro e Cádmio), coliformes fecais e substâncias químicas já se misturam à água em proporções acima da permitida pela legislação brasileira”. Em 90% das amostras foram detectadas substâncias químicas como acefato, metalaxil, oxyfluorfen, pendimetalina e carbendazim. Algumas são carcinogênicas, mutagênicas e cumulativas no organismo.

Sarney Filho explica ainda que, apesar de a pesquisa não ter, até o momento, identificado as fontes de poluição, há fortes indícios de que a presença de metais pesados e outras substâncias químicas esteja associada ao uso de agrotóxicos e fertilizantes da atividade agropecuária da região. “As pesquisadoras também não descartam a possibilidade da poluição estar vinculada à falta de saneamento de algumas cidades e ao despejo industrial em outros pontos do rio”, afirma Sarney Filho.

Também foram coletadas amostras de água em áreas rurais ribeirinhas nos municípios de Sobradinho, Casa Nova, Sento Sé e Remanso. Segundo as pesquisadoras, os resultados são alarmantes: 99% das amostras apresentaram altas concentrações de coliformes fecais. Entre os quatro pontos de coleta do município de Remanso, apenas num lugar a água estava apropriada para uso.

O lago de Sobradinho foi formado na década de 1970 para represar as águas do rio São Francisco e gerar energia elétrica. A represa está sob a responsabilidade da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). O espelho d’água do lago ocupa uma área de 4.214 km² (é o terceiro maior lago artificial do mundo).

Serão convidados para a audiência a pesquisadora da Embrapa Semiárido, Paula Teresa de Souza e Silva; representantes da Agência Nacional de Águas (ANA); dos Ministérios do Meio Ambiente e das Cidades; e  da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).

Fonte: Comunicação/ Liderança do PV na Câmara dos Deputados.