Comissão de Meio Ambiente debate mortandade de abelhas por conta do uso de agrotóxicos

As abelhas, principalmente as silvestres, são responsáveis pela polinização de cerca de 70% das culturas que respondem por 90% da oferta global de alimentos
03/07/2013 10h20

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Comissão de Meio Ambiente debate mortandade de abelhas por conta do uso de agrotóxicos

A Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados CMADS realiza na próxima quinta-feira, 4, audiência pública para discutir a mortandade disseminada de abelhas pelo uso de agrotóxicos e seus efeitos no Brasil.

O mais recente caso no Brasil, com relato às autoridades, ocorreu em fevereiro na região de Dourados (MS), onde 70 colmeias de um único apicultor feneceram em poucos dias, selando o destino de quase 3,5 milhões de abelhas, que produziam mais de 1 tonelada de mel ao ano. De acordo com o professor do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro (SP), Osmar Malaspina, há forte suspeita de que a morte das abelhas foi provocada pela aplicação de um inseticida da classe dos neonicotinoides em um canavial.

Foram casos como o de Dourados e evidências científicas recentes que levaram Antônio Roberto a propor o debate na CMADS. “As consequência dessa mortandade disseminada podem afetar pesadamente a segurança alimentar, uma vez que as abelhas, principalmente as silvestres, são responsáveis pela polinização de cerca de 70% das culturas que respondem por 90% da oferta global de alimentos” justifica o parlamentar.

De acordo com a Confederação Brasileira de Apicultores (CBA), a agroindústria tem um ganho de 20% em sua produção em função da polinização natural de abelhas e aves. Em termos globais, os serviços de polinização prestados pelas abelhas, no ecossistema ou nos sistemas agrícolas, são avaliados US$ 54 bilhões/ano.

No Brasil, desde o ano passado, o Ibama e o Ministério da Agricultura estabeleceram regras para o uso de pesticidas à base de neonicotinoides. Na Europa, esses produtos estão proibidos devido aos riscos que causam ao sistema nervoso de insetos polinizadores, o que restringe a área de atuação da espécie e, assim, o rendimento de diversas culturas.

 

A mortandade de abelhas tornou-se acontecimento corriqueiro no mundo do século XXI, inclusive no Brasil. O fenômeno foi batizado de Colony Collapse Disorder (CCD) e identificado inicialmente nos Estados Unidos, no inverno em fins de 2006, quando apicultores relataram perdas de 30% a 90% de suas colmeias.

 

Foram convidados para a audiência pública a Drª Maria Cecília de Lima e Sá de Alencar Rocha, Pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA); José Cunha, Presidente da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA); Roberto Brandão Cavalcanti, Secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente; Márcio Rosa Rodrigues de Freitas, Coordenador-Geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e Alexandre José Cattelan, Chefe-Geral do CNPSO - Centro Nacional de Pesquisa de Soja da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

 

 

Interatividade na audiência pública

Convidamos você e seus amigos a participar vitualmente deste debate por meio do endereço https://edemocracia.camara.gov.br/web/eventosinterativos

 

Serviço:

O que: Audiência pública interativa para discutir sobre a mortandade disseminada das abelhas devido ao uso de agrotóxicos.

Data: 04 de julho – quinta-feira

Horário: 9h30min

Local: Plenário 08, do Anexo II, da Câmara dos Deputados.

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - CMADS, da Câmara dos Deputados.