CMADS discute a correlação entre uso de agrotóxicos e aumento na mortandade das abelhas
Estefânia Uchôa / CMADS
O debate proposto pela Deputado Antônio Roberto (PV/MG) está previsto para o dia 9 de julho.
A mortandade de abelhas tornou-se acontecimento corriqueiro no mundo do século XXI, inclusive no Brasil. O fenômeno foi batizado de Colony Collapse Disorder (CCD) e identificado inicialmente nos Estados Unidos, no inverno em fins de 2006, quando apicultores relataram perdas de 30% a 90% de suas colmeias.
De acordo com a Confederação Brasileira de Apicultores (CBA), a agroindústria tem um ganho de 20% em sua produção em função da polinização natural de abelhas e aves. No Brasil, desde o ano passado, o Ibama e o Ministério da Agricultura estabeleceram regras para o uso de pesticidas à base de neonicotinoides. Na Europa, esses produtos estão proibidos devido aos riscos que causam ao sistema nervoso de insetos polinizadores, o que restringe a área de atuação da espécie e, assim, o rendimento de diversas culturas.
“As consequências dessa mortandade disseminada podem afetar pesadamente a segurança alimentar, uma vez que as abelhas, principalmente as silvestres, são responsáveis pela polinização de cerca de 70% das culturas, que respondem por 90% da oferta global de alimentos” alerta o deputado Antônio Roberto.
O mais recente caso no Brasil, com relato às autoridades, ocorreu em fevereiro de 2013 na região de Dourados (MS), onde 70 colmeias de um único apicultor feneceram em poucos dias, selando o destino de quase 3,5 milhões de abelhas, que produziam mais de 1 tonelada de mel ao ano. De acordo com o professor do Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro (SP), Osmar Malaspina, há forte suspeita de que a morte das abelhas foi provocada pela aplicação de um inseticida da classe dos neonicotinoides em um canavial.
Serão convidados para o debate previsto para o dia 9 de julho, a Drª Maria Cecília de Lima e Sá de Alencar Rocha, Pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA); José Cunha, Presidente da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA); o Secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente; e representantes da Associação Nacional de Defesa Vegetal – ANDEF e do IBAMA.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – CMADS, da Câmara dos Deputados com informações da Bancada Verde.