Avalanche de votos aprova MP que altera UCs na Amazônia

A MP 558 foi a primeira do ano a ser editada pelo Governo Dilma ─ publicada no Diário Oficial no dia 06 de janeiro. Ontem, ela foi confirmada na Câmara dos Deputados que a aprovaram por 229 votos a 47, com 3 abstenções. A Medida Provisória 558 altera os limites de 8 unidades federais de conservação, todas dentro da Amazônia Legal.
17/05/2012 14h55
O objetivo das mudanças nos limites das áreas é atender aos interesses do Ministério de Minas e Energia para a construção do Complexo Hidrelétrico Tapajós e do Ministério dos Transportes, para a retomada das obras da polêmica BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA).

O texto na Câmara foi modificado pelo relator, deputado Zé Geraldo (PT-BA), que acrescentou alterações à Floresta Nacional do Tapajós, que teve duas áreas excluídas em um total de 17.851 hectares. Agora, a MP será encaminhada para votação no Senado.

Os partidos que votaram contra a Medida Provisória 558 foram o PSDB (dos 28 deputados presentes, só 3 votaram a favor), o PSOL e o bloco PV e PPS. A lista completa de como votaram os deputados pode ser vista no site da Câmara.

A maior parte das Unidades afetadas está localizada no Pará. A lista completa é:

  • Parque Nacional da Amazônia
  • Parque Nacional dos Campos Amazônicos
  • Parque Nacional Mapinguari
  • Floresta Nacional de Itaituba I
  • Floresta Nacional de Itaituba II
  • Floresta Nacional do Crepori
  • Área de Proteção Ambiental do Tapajós
  • Floresta Nacional do Tapajós


Veja abaixo as principais mudanças nas áreas das UC’s:
(Clique nos mapas para fazer o download de uma versão ampliada em PDF)

Parque Nacional da Amazônia
O Parque Nacional da Amazônia perde 46.276 hectares de área que será dividida entre o estabelecimento de Projetos de Assentamento Sustentáveis, a serem criados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA e área que será alagada para a construção da usina São Luiz do Tapajós.



Parque Nacional dos Campos Amazônicos
O Parque Nacional dos Campos Amazônicos, por exemplo, será ampliado em aproximadamente 184 mil hectares, mas ao mesmo tempo perderá 34.149 hectares. O resultado será um aumento líquido de mais de 150 mil hectares. Criado por decreto em 2006, o parque está localizado entre os rios Madeira e Tapajós, abrangendo terras em três estados: Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. Com a alteração proposta, a unidade passará a ter 961.320 hectares.
Parte dos 34.149 hectares que perdeu vai para regularização fundiária e área que será inundada para a construção da Usina de Tabajara.



Parque Nacional Mapinguari
A área excluída é de 8.470 hectares. O motivo é a ampliação da área de inundação das usinas de Jirau e Santo Antônio.



Floresta Nacional de Itaituba I
A área excluída é de 7.705 hectares que serão inundados para a construção das usinas de São Luiz Tapajós e de Jatobá



Floresta Nacional de Itaituba II
A área excluída é de 28.453 hectares que serão inundados para a construção da usina de São Luiz Tapajós



Floresta Nacional de Crepori
A área excluída é de 856 hectares que serão inundados para a construção da usina de Jatobá.



Área de Proteção Ambiental Tapajós

A área excluída é de 19.916 hectares que serão inundados para a construção da usina de Jatobá.



Floresta Nacional do Tapajós
A área excluída, de 17.851 hectares, será usada para a regularização de imóveis nas comunidades de Aveiro e São Jorge. A
Floresta Nacional do Tapajós não estava incluída, originalmente, na MP 558.

Fonte: Daniele Bragança/O ecco