Atuação da Chevron nos vazamentos de petróleo na Bacia de Campos é questionada em audiência pública

Na audiência pública que debateu os vazamentos de petróleo na área de exploração da Chevron, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro; o procurador da República do município de Campos dos Goytacazes, Eduardo Oliveira, foi categórico ao afirmar que houve perda de controle do poço por parte da empresa em relação ao vazamento ocorrido em novembro de 2011.
12/04/2012 16h51

Segundo ele, a Chevron deveria ter construído um poço de alívio como medida técnica preventiva, que evitaria problemas com a pressão de saída do óleo. Oliveira disse ainda que pode haver relação entre o vazamento de novembro e o do mês passado. Os vazamentos foram discutidos nesta quinta-feira em audiência das comissões de Minas e Energia e de Meio Ambiente.

Rafael Jean Williamson, diretor da Chevron, explicou que, em novembro, houve apenas um problema de pressão, solucionado pela empresa em quatro dias. Ele afirmou que o vazamento mais recente não está relacionado porque ocorreu em local diferente e o óleo não é o mesmo.

Já o governo ainda não tem previsão sobre quando apresentará conclusões sobre os vazamentos. O chefe de Segurança Operacional da Agência Nacional do Petróleo, Raphael Moura, disse que o relatório sobre o primeiro vazamento já foi feito, mas ainda está sendo discutido:

"Agora, a empresa está no momento do contraditório e da ampla defesa. O que é isso? Eles têm a oportunidade de se defender, de gerar provas complementares para que aí sim a ANP possa decidir qual vai ser a penalidade atribuída à empresa que pode ser de multas, destituição do operador da concessão ou até a rescisão do contrato de concessão"

Um dos autores do pedido de audiência, o deputado Antonio Carlos Mendes Thame, do PSDB de São Paulo, disse que é importante a decisão da Chevron de suspender a exploração na região para avaliar melhor o local:

"Nós temos a perspectiva de transformar o pré-sal em algo que realmente possa vir a significar recursos, condições de investimento, investimentos em saúde, em educação e em tecnologia para o povo brasileiro. E, por outro lado, não há é uma preocupação em desenvolver uma tecnologia mais segura e também uma adequação da legislação que previna e que minimize a incidência de incidentes como esse"

A diretora de Licenciamento Ambiental do Ibama, Gisela Forattini, lembrou que os vazamentos recentes não foram na área do pré-sal. Ela anunciou que o órgão publicou este mês uma portaria para regulamentar os locais que podem ser explorados.

Fonte: Rádio Câmara

Reportagem: Sílvia Mugnatto