A violência política contra LGBTs é debatido no 19º Seminário LGBTQIA+ do Congresso Nacional

A Comissão de Legislação Participativa (CLP), em conjunto com a Comissão dos Direitos da Mulher; e Comissão de Cultura, com apoio de movimentos da sociedade civil, promoveu nesta terça-feira, um Seminário sobre a violência política contra os LGTBs e os desafios enfrentados pela comunidade. O evento foi proposto pelos deputados Glauber Braga (PSol-RJ), Luiza Erundina (PSol-SP), Talíria Petrone (PSol-RJ) e Áurea Carolina (PSol-MG).
30/06/2022 09h56

O 19º Seminário LGBTQIA+ foi realizado no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, sendo sempre uma oportunidade para deputados e deputadas, assim como a sociedade modo geral, se atualizarem quanto às demandas e problemas da comunidade, “é fundamental que a gente possa ter a compreensão plena de tudo aquilo que vocês trouxeram como a realidade dura e concreta, dos índices de violência e da morte, que no Brasil alguns tentam naturalizar, da população LGBTQIA+”, pontuou o deputado Glauber Braga (PSol-RJ).

Para a deputada Luiza Erundina (PSol-SP), a luta da comunidade LGBT é fundamental para o desenvolvimento da sociedade brasileira, “a gente agradece essa lição de vida e de luta que vocês nos dão, e ao mesmo tempo dizer o quanto essa luta expressa força e energia, que se somam a força e energia de outros segmentos da sociedade brasileira, na busca de reverter esse quadro de verdadeiro caos, em que os direitos do povo estão sendo absolutamente violados, toda luta gera movimento, gera ação”, ressaltou a parlamentar.

Ao longo do Seminário, foi relembrado que o Brasil é, pelo quarto ano consecutivo, o país que mais mata LGBTs no mundo. Para a deputada, e Líder do PSol, Sâmia Bomfim, além das dificuldades encontradas na sociedade, o atual presidente incentiva ainda mais o preconceito.

“Não só somos o país que mais mata população LGBTQIA+ no mundo, não só estamos no país em que a população trans tem como expectativa de vida de 25 anos de idade, não só vivemos em uma sociedade, em um mundo, que, somente em 2018, a transexualidade deixou de ser considerada uma doença, mas, principalmente, porque nesse momento o nosso país é governado por um LGBTfóbico assumido”, pontuou a Líder partidária.

Além de celebrar a data comemorativa, foi debatida a necessidade de discutir a vulnerabilidade da população em questão, para que sejam garantidos os direitos estabelecidos, e que novos sejam aprovados, para que a igualdade seja uma realidade cada vez mais próxima para toda a comunidade. O deputado Professor Israel Batista (PSB-DF), debateu sobre os direitos, lembrando que “nossa sociedade imagina que os nossos direitos são garantidos, mas não percebem que na história os direitos que foram conquistados com muita luta, rapidamente são retirados”.

O deputado David Miranda (PDT-RJ), deixou clara a motivação da luta e a necessidade de todo ano acontecer o Seminário, “a gente faz esse congresso para essa juventude, para lembrar dos nossos que caíram, para poder levantar um futuro melhor para toda a comunidade, não para que a gente seja aceito, não queremos aceitação, estamos demandando isso”.

 

                                                                             

 

O deputado carioca ainda citou a ativista trans negra Alessandra Makkeda, que faleceu em maio deste ano, “recentemente, tivemos a perda da Makkeda, é uma grande figura que vai ficar na história desse país, era uma trans negra, que apesar de todas as dificuldades conseguiu se tornar assessora parlamentar, falar quatro línguas, libras, fazer viagens internacionais e representar uma população que é extremamente violentada todos os dias dentro da sociedade”, completou.

A íntegra do seminário, em áudio e vídeo, está disponível na página da CLP no site da Câmara dos Deputados.

 

Isabela Ávila - Assessoria da CLP