Realizada primeira reunião da Comissão externa para debater casos de racismo
A comissão externa da Câmara dos Deputados que vai investigar casos recentes de racismo e as providências que as autoridades têm tomado para coibir a prática realizou a primeira reunião na última terça-feira (29).
No final de semana, mais uma vez o jogador brasileiro Daniel Alves, do Barcelona, foi vítima de racismo na Espanha, quando torcedores do Villareal jogaram bananas em sua direção. O fato não aconteceu no Brasil, mas a comissão já tem quatro casos nacionais recentes para investigar e, segundo o coordenador do grupo, deputado Damião Feliciano (PDT-PB), o que há de comum entre todos eles – inclusive os que acontecem fora do País – é a impunidade.
No Brasil, o racismo é crime sem direito a fiança. Mas, segundo o deputado, existe uma tendência de punir de forma branda ou até de não punir. "O grande problema é que as pessoas tendem a amaciar ou a minorar a questão, ou até acordar com o infrator o tamanho da lesão, da ilegalidade. Não! Ele tem que ser tipificado na lei, tem que pagar com a lei até para poder servir de exemplo para as outras pessoas", afirma.
Um dos casos que serão investigados pela comissão externa é o do ator Vinícius Romão de Souza, que ficou preso 15 dias no Rio de Janeiro acusado de ter assaltado uma mulher, mas sem evidências. Ele é negro. Também será verificado o caso de Cláudia da Silva Ferreira, que morreu baleada após uma operação da polícia carioca e depois foi arrastada por 250 metros por um carro da polícia.
O terceiro caso reunirá as discriminações sofridas pelos jogadores de futebol Arouca, do Santos, e Tinga, do Cruzeiro, durante jogos. O quarto caso é o do juiz de futebol Márcio Chagas, que também foi chamado de macaco e teve o carro danificado.