Presidente da CBF admite gravidade das denúncias, mas diz que vai aguardar fim das investigações

A Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados sabatinou na tarde desta terça-feira (09), o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero que foi convidado para prestar esclarecimentos aos parlamentares acerca das denúncias de corrupção envolvendo a FIFA e a CBF. O deputado Márcio Marinho presidiu toda a audiência.
09/06/2015 20h10

Jordana Ribas

Presidente da CBF admite gravidade das denúncias, mas diz que vai aguardar fim das investigações

Del Nero disse que vai cumprir seu mandato à frente da CBF "até o último dia"

Marco Polo Del Nero admitiu aos deputados da Comissão que as denúncias envolvendo a Fifa são graves e atingem um “velho companheiro’, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin. Mas ele afirma que é necessário aguardar o fim das investigações que estão sendo conduzidas nos Estados Unidos.

José Maria Marin e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos pela polícia suíça a pedido de autoridades norte-americanas. Os cartolas são investigados pela Justiça dos EUA em um suposto esquema de corrupção.

Del Nero disse que até agora não teve acesso a nenhum documento e que não pode prejulgar uma pessoa sem o devido trâmite julgado. Afirmou também que já determinou a entrega imediata de documentos pedidos pelo Ministério Público Federal e Ministério da Justiça do Brasil.

Questionado pelo deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), que lembrou das manifestações do Movimento Bom Senso Futebol Clube pela sua renúncia da presidência da CBF, Del Nero afirmou que “só renuncia quem faz coisa errada”. Ele garantiu que vai cumprir o mandato “até o último dia”. Ele tomou posse em abril deste ano para um mandato de quatro anos, até 2019.

Marco Polo Del Nero, afirmou que não está sendo investigado nas atuais denúncias que estão sendo apuradas pela Justiça norte-americana, envolvendo um suposto esquema de corrupção na Federação Internacional de Futebol (Fifa). Os contratos investigados não são da sua época como dirigente máximo da CBF, antes ele era vice-presidente, e acrescentou que, apesar de integrar o comitê da Fifa, jamais participou de negociações em torno da escolha de sedes de Copa do Mundo.

O dirigente da CBF se disse surpreso com as suspeitas levantadas em torno da escolha do Brasil como sede da Copa do ano passado, “já que o País era candidato único”.

Perguntado pelo deputado Alexandre Valle (PRP-RJ) se abriria mão espontaneamente dos seus sigilos bancário, telefônico e fiscal, Del Nero afirmou que “deve ser cumprida a Constituição”, ou seja, ele admite a quebra desses sigilos somente com determinação judicial.


Com informações da Câmara Notícias