Plano de segurança para os Jogos é detalhado em audiência pública
Participaram como convidados o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Augusto Passos Rodrigues; o subsecretário extraordinário de Grandes Eventos da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, Roberto Alzir Dias Chaves; o diretor de Segurança do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, Luiz Fernando Correa; e o diretor do Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência, Saulo Moura da Cunha.
Andrei Rodrigues, da Sesge, lembrou que os Jogos Olímpicos propõem desafios diferentes em relação aos grandes eventos que o Brasil já sediou, como a Copa de 2014. “Os Jogos são sem dúvida o maior evento de todos, são números impressionantes: 17 dias de competição olímpica, mais de 10 mil atletas, 45 mil voluntários... É uma dinâmica diferenciada em relação a eventos anteriores, mas essa experiência nos dá segurança e a responsabilidade de fazer cada vez melhor”, afirmou.
Para o secretário, o principal legado da Copa é imaterial e, por isso, será fundamental nas Olimpíadas. “O grande objetivo da Sesge é promover a integração entre todos os atores que participam desse processo: a segurança pública, polícia, os três níveis de governo, o comitê organizador, as mais de 30 instituições que participam da área de segurança. O maior legado é esse, a integração, a mudança de cultura. E isso hoje é uma nova realidade”, disse.
O subsecretário de Grandes Eventos do estado do Rio, Roberto Alzir, lembrou que o legado para a capital fluminense também é material. Ele destacou o Centro de Comando e Controle Regional (CCCR), utilizado durante a Copa do Mundo e que passou a fazer parte da rotina dos agentes de segurança da cidade. “O legado no Rio para a gente é inegável. A construção do CCCR consolida essa integração e o centro funciona 24 horas por dia, sete dias por semana para atender as demandas de segurança da cidade”.
A parceria com o governo federal foi destacada por Luiz Fernando Correa, do Comitê 2016. “As forças brasileiras vêm se aprimorando a cada evento e gerando um legado, mas essa característica de Jogos Olímpicos é única. Nossa atribuição é fazer chegar ao governo essa complexidade, e hoje ficamos confortáveis ao ver as autoridades falando dessa complexidade. Nosso papel é passar o máximo de conhecimento, para que todos da área de segurança tenham a exata medida do evento”, explicou.
Policiais estrangeiros
Ao detalhar o papel da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na preparação e operação de segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o diretor do Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência, Saulo Moura, se aprofundou no papel dos agentes de segurança estrangeiros que auxiliarão as forças brasileiras durante o evento.
“Oficiais estrangeiros são oficiais de ligação que já estão no país, já acreditados. Os que não têm base aqui, vão se manifestar em relação a sua presença e serão acreditados por nós para estarem em território nacional, estarão submetidos às regras que controlam a sua atuação no país, terão seus acessos restringidos, serão monitorados e estarão sob nosso controle”, explicou.
Serão três ambientes com policiais estrangeiros durante os Jogos. Eles atuarão no Centro de Cooperação Policial Internacional; atuarão como spotters, ou seja, policiais que vem para o Brasil uniformizados e estarão nos locais de interesse da operação, em locais de grande apelo turístico, sempre acompanhados de policiais federais, sem armamento e sempre sob supervisão dos policiais brasileiros. “Ampliamos isso durante a Copa dado o acerto que foi essa medida. O estrangeiro, vendo o seu policial, identifica o seu conterrâneo, e isso traz um efeito de apoio e auxilio a esses torcedores e também um efeito de constrangimento para que ele faça qualquer ação. E um facilitador é a questão do idioma”, disse Andrei.
Além disso, o plano operacional de segurança para os Jogos Olímpicos prevê uma terceira área de cooperação com agentes estrangeiros, que não ocorreu durante a Copa do Mundo. A novidade é o Centro de Inteligência Antiterrorista. A ideia é trazer estrangeiros para um ambiente de cooperação também, mas com foco específico em segurança pública e antiterrorismo, sempre sob o controle da Polícia Federal.
Eventos-teste
Fundamentais na preparação de todas as áreas de operação para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, os eventos-teste que vêm sendo realizados no Rio de Janeiro também têm servido para que os órgãos de segurança apurem a atuação nas instalações que serão utilizadas no evento.
“Os eventos-teste estão permitindo checar e aprimorar a operação. Fizemos uma série de investimentos que se justificaram para servir e melhorar a capacidade de prestação de serviços para a cidade. Cerca de R$ 6 milhões de investimentos já foram feitos em 2015 pela Secretaria de Segurança do Estado do Rio”, disse o subsecretário Roberto Alzir.
“No evento-teste de canoagem já utilizamos nossas ferramentas de transmissão de dados, monitoramento e também a gestão, que é feita integradamente com o Comitê Organizador e a Prefeitura do Rio. Na ocasião, a gente já pode testar todo esse mecanismo de operação”, disse Andrei Rodrigues, se referindo ao evento-teste realizado na Lagoa Rodrigo de Freitas, na primeira semana deste mês.
Texto: Ascom/Min. do Esporte