Márcio Marinho escuta as necessidades do movimento da capoeira no Brasil
Em nome do Ministério do Esporte, Andréa Nascimento afirmou que a instituição reconhece a capoeira como um bem cultural da população brasileira e que é dever do Estado democratizar o acesso a essa manifestação cultural, seja no entendimento e na intencionalidade da capoeira como dança, jogo, brincadeira ou manifestação esportiva.
Gersonilto Heleno de Souza, presidente da Confederação Brasileira de Capoeira, defende a ordem e o progresso do movimento a partir de uma codificação que mostre a capoeira com rumos futuros, para deixar um legado. “Interessa-nos saber que o processo, mediante o qual um conjunto de normas de comportamento orienta uma atividade social, considera importante adquirir regulamentação jurídica formal para a capoeira como um todo, ou seja, uma forma orçamentária de se manter”, disse.
Enquanto acadêmico, Sérgio Luiz, doutor em antropologia, dedicou seus estudos em prol do resgate dos valores culturais da capoeira. Ele defendeu em seu discurso a institucionalização e formalidade do movimento.
Por outro lado, Paulo Andrade Magalhães Filho, da Associação Brasileira de Capoeira Angola (ABCA), é contra qualquer iniciativa que padronize e normatize a capoeira, pois suas características apresentam uma grande diversidade de estilos, linhagem, famílias e heranças, e classifica que uma iniciativa dessas traria danos ao movimento.
Paulo também apresentou o receio do movimento em esportivizar a capoeira. Além disso, repudiou os projetos de lei que tratam do controle do movimento através dos conselhos federais e regionais de educação física.
Márcio Marinho abriu o debate para que todos os participantes presentes tivessem a oportunidade de apresentar suas necessidades. A audiência se estendeu até o início da noite, e Marinho reafirmou seu compromisso com a capoeira e se classificou como “parceiro do movimento”. O encontro serviu para captar os sentimentos dos participantes em relação às propostas apresentadas, sejam favoráveis ou não à esportivização e à profissionalização da categoria, dentre outras sugestões e demandas para o aperfeiçoamento da atividade.