Governo federal diz não haver plano de gestão para arenas olímpicas
O órgão responsável pelo legado das Olimpíadas Rio 2016 está prestes a ser extinto, no dia 30 de junho deste ano. E o legado representa um desafio para o governo: ampliar a utilização das grandes arenas que foram construídas para as competições.
Para debater o problema, a Comissão de Esportes realizou, nesta terça-feira (18), uma audiência pública com a presença do general Décio dos Santos Brasil, secretário do Esporte no Ministério da Cidadania. Ele apresentou a situação atual de ocupação das arenas esportivas, mas disse que não existe um plano de gestão para elas após a extinção da Autoridade de Governança do Legado Olímpico.
“A partir daí é fechar e entregar para a prefeitura, que não tem nenhum interesse em receber o parque olímpico, muito menos o governo do estado. Esse é um problema que nós estamos enfrentando. Se por acaso o estudo de viabilidade que está sendo desenvolvido pelo BNDES chegar à conclusão de que é inviável a privatização do parque, como vai fazer essa gestão daí para frente? ”, argumentou Santos Brasil.
Público e privado
Para o deputado Luiz Lima (PSL-RJ), a parceria com a iniciativa privada seria a melhor saída para administrar o legado olímpico.
“A gente tem que investir mais em pessoas no parque olímpico, mais professores de educação física dando aula. O desafio é a gente lutar contra a nossa cultura do público. A gente tem uma cultura no nosso país que tudo que é público tem que ser de graça, é um grande obstáculo. Tudo que é equipamento que é 100% de graça fica muito caro para quem não usa”, disse.
De acordo com o general, o Ministério da Cidadania está trabalhando junto à Presidência da República para viabilizar a gestão do legado olímpico, mas ainda não há soluções.
O representante da Associação Brasileira de Academias do Brasil, Lúcio Rogério, cobrou um posicionamento do governo sobre a educação física nas escolas.
“Nós não percebemos nas academias nenhuma influência, zero influência no comportamento da população brasileira, estamos falando da maior rede de academias do mundo, que já é o Brasil. Queremos mudar a realidade do futuro? Tem que trabalhar na base, e a base está nas escolas”, observou.
Reportagem – Cynthia Sims
Rádio Câmara