Deputada sugere grupo permanente para combater doping no esporte
Para a coordenadora geral da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, Adriana Taboza, o objetivo do controle de dopagem é garantir que as competições sejam realizadas de forma justa, com igualdade entre seus participantes.
Ela informou que, nos últimos três anos, o órgão realizou campanhas educativas para 223 mil atletas, familiares, treinadores e outas pessoas envolvidas no treinamento e acompanhamento das competições. Além disso a entidade mantém um laboratório no Rio de Janeiro para a realização dos exames antidoping.
O representante da Organização Nacional das Entidades de Desporto, Humberto Panzetti, chamou a atenção para a dificuldade que as entidades ligadas aos esportes não olímpicos têm no acesso a exames antidoping, que custam em média dois mil reais, dificultando assim a análise dos atletas nas competições.
"Pra uma entidade pequena num esporte que não tem as fontes de receitas essas estão fadadas a não fazer e, muitas vezes, estão sendo crucificadas por isso. Nós estamos vendo olha, mas aquela modalidade não testa, mas não temos nenhuma fonte de receita, não há nenhum amparo do setor público e pior estamos caindo na questão da marginalidade."
O médico Eduardo de Rose alertou para os riscos à saúde causados pelo uso de anabolizantes. Referência brasileira no mundo no combate ao doping, de Rose afirmou que é preciso realizar campanhas ostensivas sobre os prejuízos no uso desses produtos, uma vez que a prática tem se disseminado por todo o país. Ele lembrou que os efeitos são diferentes em homens e mulheres, mas nos dois casos causam grandes prejuízos à saúde do usuário.
"As escolas secundárias, as pesquisas mostram que já há um uso de anabólicos para ter um físico mais bonito que possa sensibilizar uma garota. A gente vai para as academias e vê um uso muito importante de anabólicos em virtude dessa busca moderna desse físico perfeito, a gente vê nos esportes recreativos muito uso e a gente também vê em esporte profissional que é praticamente o único local que a gente detecta o uso do doping."
A deputada Flávia Morais, do PDT goiano, afirmou que a discussão é importante principalmente no fisiculturismo onde a forma muscular garante pontos para os atletas.
"Nós estamos aqui encampando essa discussão na Câmara e vamos estar aí através de um grupo de trabalho permanente junto com essas entidades que estão preocupadas para avançar no sentido de trazer uma segurança maior para muitos jovens que não conhecem o mal que o uso indiscriminado dessas substâncias pode trazer para a sua saúde a curto e a longo prazo."
O presidente da Confederação Brasileira de Musculação, Fisiculturismo e Fitness, Maurício de Arruda, afirmou que a confederação vem tomando providencias para coibir o uso de anabolizantes e outras drogas pelos fisiculturistas.
Maurício de Arruda destacou que a confederação mudou a arbitragem e novas categorias de competição foram criadas como forma de garantir um ambiente de competição mais saudável. Mas, ele reconhece que ainda existem campeonatos que são realizados no Brasil por entidades que não atendem às determinações de combate ao doping.