Delegação brasileira se prepara para início das Olimpíadas
Quase 70 mil máscaras - sendo 65 mil delas descartáveis; 2.400 do tipo N95; e 2.400 máscaras Knit. Doze mil sapatilhas de TNT, conhecidas como propés; 400 litros de álcool em gel; 250 jalecos descartáveis; e 6 mil testes de Covid. Esta é uma parte importante da bagagem da delegação brasileira para as Olimpíadas de Tóquio, as Olimpíadas de 2020, que, por causa da pandemia, ficaram para este ano e vão começar em poucas semanas, no dia 23 de julho, no Japão.
A Comissão de Esporte da Câmara (6/7) ouviu detalhes sobre a preparação dos atletas brasileiros para as Olimpíadas de Tóquio, com as participações do secretário nacional de Esportes de Alto Rendimento, Bruno Souza, e do diretor de Esporte do Comitê Olímpico Brasileiro, Jorge Bichara.
Segundo Bichara, a meta da delegação brasileira é que pelo menos 10 modalidades esportivas conquistem medalhas e superem o número da Rio 2016, quando o Brasil ganhou 19 medalhas. Para isso, claro, é necessário cuidar da saúde dos atletas.
“ O percentual de atletas vacinados, numa parceria que foi estabelecida entre o Comitê Olímpico Brasileiro, o Comitê Olímpico Internacional, o Ministério da Saúde, o Ministério da Defesa e o Ministério da Cidadania, através da Secretaria Nacional do Esporte do ministro João Roma e do secretário Marcelo Magalhães, (todos) nos ajudaram a buscar a viabilização da vacina para a nossa delegação. Em termos de atletas, nós ainda estamos no processo de vacinação, ainda tem atletas sendo vacinados até o dia 12, mas nesse momento, em termos de atletas, nós já temos 90%. ”
Com 9 entre 10 atletas tendo tomado pelo menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19, a preocupação permanece em alguns detalhes, como o desfile, que precisa de protocolos rigorosos para evitar aglomeração. Os atletas ficarão hospedados preferencialmente em quartos individuais, ou, quando em duplas, almoçarão juntos e andarão lado a lado no mesmo transporte, para diminuir os contatos e facilitar o controle do contato próximo, em caso de testagem positiva para a Covid. Mas Bichara afirma que algumas dúvidas persistem diante de situações novas que podem surgir.
“Por exemplo, se ocorrer uma contaminação numa equipe coletiva, de um número significativo de atletas, se essa equipe vai ter autorização para substituir esses atletas, ou se essa equipe é eliminada da competição esportiva. Isso não está claro pra gente e estamos questionando o comitê organizador, junto a outros países e estamos buscando respostas antes do início da competição esportiva. ”
Ao todo, os Jogos de Tóquio vão reunir pouco mais de 11 mil (11.090) atletas de 206 países, que disputarão 33 esportes que se subdividem em 50 modalidades. O Brasil estará presente em 35 modalidades ou disciplinas.
O diretor de Esporte do COB lembra que, na Rio 2016, a delegação brasileira teve 465 atletas. Foi a maior delegação olímpica brasileira, em condição facilitada porque o Brasil sediou os jogos.
“Nesse momento a gente está com 301 atletas inscritos, mas o que são chamados de atletas alternativos, que compõem a delegação e podem ser utilizados, totalizando neste momento 319 integrantes. ”
Os atletas serão distribuídos em 9 bases em Tóquio. O trabalho de transmissão dos jogos também será reduzido e controlado. Vão ser ao todo 52 pessoas envolvidas em 12 equipes na cobertura esportiva.
O secretário Nacional de Esportes de Alto Rendimento, Bruno Souza, lembrou o papel do Ministério da Cidadania em dar apoio financeiro ao esporte (como estabelecido na Lei 13.756 de 2018), a partir de recursos das loterias federais.
“Somente no ano de 2020, foram repassados pelas loterias R$ 455 milhões ao Comitê Olímpico Brasileiro e Comitê Paralímpico para aplicação direta nos programas de fomento e preparação de atletas em geral. Está aí uma fonte direta em que estamos envolvidos. ”
Além disso, desde 2005, cerca de R$ 1,2 bilhão foi destinado ao Bolsa Atleta. Em 2021 o Orçamento prevê investimentos de R$ 145 milhões e 200 mil. O programa beneficia pouco mais de 7 mil atletas brasileiros (7.197 atletas). Os valores variam entre atletas de base e olímpicos e paralímpicos e vão de R$ 370 a pouco mais de R$ 3 mil por mês.
A Comissão de Esporte ouviu esclarecimentos sobre a participação do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio a pedido do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), que apresentou a audiência pública.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Luiz Cláudio Canuto