Debatedores pedem retomada do programa Atleta na Escola
Cleia Viana / Câmara dos Deputados
Halum quer que o programa tenha prioridade no planejamento de longo prazo para o esporte
Debatedores que participaram, nesta quarta-feira (1º), de audiência pública na Comissão do Esporte pediram apoio dos deputados para a retomada do programa Atleta na Escola. Criado em 2013 e suspenso em 2015, o programa tem como objetivo, entre outros, incentivar a prática esportiva nas escolas, democratizar o acesso ao esporte, desenvolver e difundir valores olímpicos e paraolímpicos entre os alunos da educação básica, e estimular a formação de atletas escolares.
Segundo explicou o gerente de projetos da Confederação Brasileira de Atletismo, Georgios Stylianos, os recursos chegam diretamente às escolas públicas, o que permite o investimento em capacitação e compra de materiais. Ele destaca, ainda, que o programa tem fundamental importância porque estimula os alunos e permite a identificação de talentos.
"Oportunizar o aluno a praticar uma modalidade como o atletismo e, a partir daí, ter chance de ser detectado como talento para, futuramente, seguir uma carreira esportiva, se for esse o interesse dele. É de fundamental importância, e é por isso que a gente pede o apoio dos deputados junto ao Ministério do Esporte e ao Ministério da Educação para que esse programa seja retomado a partir do próximo ano", declarou.
O presidente da Confederação Brasileira de Desporto Escolar, Antonio Hora Filho, também defendeu o programa Atleta na Escola: "Embora só tenha sido executado durante dois anos - 2013 e 2014 - os números apresentados demonstram que, se mantivéssemos este programa, teríamos, a longo prazo, uma política permanente de esporte no Brasil. Quando a gente fala de política permanente de esporte, a gente está se referindo ao esporte de base. A base do esporte que é o esporte escolar. É na escola que hoje se encontram os nossos futuros atletas olímpicos".
Apoio ao programa
Presidente da Comissão do Esporte e autor do requerimento para a audiência, o deputado César Halum (PRB-TO) ressaltou que, em 2014, o Atleta na Escola teve adesão de 44 mil estabelecimentos de quase 4 mil e 800 municípios em todos os estados e no Distrito Federal. Mais de 4 milhões de alunos participaram do programa, o que, segundo o deputado, demonstra a importância do projeto para incentivar o esporte. Cesar Halum manifestou apoio à continuidade do programa.
"Nós aqui da Comissão do Esporte vamos nos debruçar sobre este programa, vamos trabalhar firmemente para que ele não sofra mais solução de continuidade. Nós temos entidades importantes no Brasil que participaram desta audiência pública e que mostraram o seu desejo de serem parceiros nesta luta."
O contraponto ficou por conta do presidente do Conselho Federal de Educação Física. Para Jorge Steinhilber, o primeiro passo, que não está contemplado no programa, é adotar a educação física no ensino fundamental, para que a criança seja orientada, desde cedo, em suas atividades motoras. É o que ele chama de alfabetização motora.
"Para eu poder praticar qualquer atividade física, é preciso ter essa coordenação motora, ou seja, é preciso ter essa alfabetização motora. Na verdade, ela não está acontecendo hoje em virtude de a educação física de 1ª à 5ª série, onde a criança inicia todo esse processo, onde toda essa contribuição da atividade esportiva, da atividade física contribui para sua alfabetização, para sua leitura, para sua escrita, para o seu desenvolvimento cognitivo, isso está sendo negligenciado", explicou.
Jorge Steinhilber se diz favorável ao programa Atleta na Escola, mas defende a adoção de uma política pública mais ampla que favoreça o esporte no País.
Agência Câmara Notícias