Debatedores divergem sobre Legado Olímpico do Rio de Janeiro

Investimentos do governo federal na realização dos Jogos Olímpicos de 2016, da ordem de R$ 38,26 bilhões de reais, gerou intenso debate, hoje (19/04), quarta-feira, na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, por conta do cumprimento do Plano de Legado Olímpico do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, e do Parque Radical de Deodoro, na cidade do Rio de Janeiro.
19/04/2017 20h50

Atendendo requerimentos dos deputados Leo de Brito (PT-AC), Silvio Torres (PSDB-SP)  e Ezequiel Teixeira (PTN-RJ), o presidente da Autoridade de Governança do Legado Olímpico, Paulo Marcio Dias Mello; autoridades do Ministério do Esporte, especialistas, Ministério Público, Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro,  Tribunal de Contas do Município  e Prefeitura Municipal do Rio, debateram, em audiência pública, o legado do Governo Federal na administração dos instrumentos públicos construídos para a realização dos jogos de  2016.

Segundo Paulo Marcio, da Autoridade de Governança o que se está fazendo é aperfeiçoar aquilo que já vem sendo feito há muito tempo. “Quando iniciamos a gestão das 4 arenas do parque olímpico da Barra e também as de Deodoro, desenvolvemos um trabalho em grupo pelo ministério do esporte, do qual fui coordenador e foi através dele que começamos a identificar os problemas e buscar as adequações e preparação para o plano do legado com mais consistência de forma a propiciar a correta utilização com eventos, entretenimentos e outras utilizações”, disse negando que haja qualquer problemas na administração do legado olímpico no Rio de Janeiro.

Ele informou que é possível fazer uma Parceria Público Privada e já no início permitir que as confederações utilizem o legado com uma contrapartida para suprir a necessidades de conservação do mesmo. Paulo elogiou a iniciativa dessa primeira audiência pública sobre o tema, avaliando que ela vai trazer para todos um caminho a ser seguido e para aperfeiçoar o que já está sendo feito.

Augusto Ferradaes, do Tribunal de Contas da União, expôs a situação dos acórdãos do TCU e garantiu que o órgão sempre teve preocupação com o legado em vista do emprego de recursos da união.  “O TCU desde 2013 atuou na fiscalização dos jogos olímpicos e desde então já realiza uma auditoria na governança geral na qual já foram apontados alguns problemas que levou a determinação ao Ministério do Esporte para que desse início ao Grupo de Trabalho do legado dos jogos.

Leandro Mitidieri da Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro informou a criação de um grupo de Trabalho de combate a corrupção na procuradoria do Rio com várias frentes no tema das olimpíadas, deflagrando operações para atuar com relação ao legado em questão.

Autor do requerimento, o deputado Leo de Brito disse que a iniciativa é importante para buscar soluções de governança para o legado olímpico no Rio de Janeiro, até pela importância dos espaços que poderão ser utilizados para a realização dos jogos escolares em novembro desse ano. O parlamentar informou ter enviado uma indicação ao Ministério do Esporte para que realize os jogos escolares de 2017 na cidade do Rio de Janeiro de forma a aproveitar a estrutura já existente.

O deputado Silvio Torres, disse ser preciso avaliar o legado e saber com clareza e detalhes as providências tomadas e conhecer como as instituições vem se manifestando com relação ao legado deixado pelos jogos de 2016. “Hoje, o legado nos parece um cadáver insepulto porque não se sabe o que pode emergir ainda dele”, acentuou lembrando ainda que este legado é mais fácil de ser preservar porque está todo dentro de um só município, diferente do legado da Copa que envolvia o país inteiro.

O presidente da Comissão do Esporte, Deputado Ezequiel Teixeira, disse que o colegiado irá acompanhar passo a passo todas as iniciativas, mudanças ou irregularidades na administração do legado olímpico no Rio de Janeiro.