Campanha da Comissão do Esporte “Fim do Jogo para o Racismo” é lançada na Câmara

Segundo Damião Feliciano, a campanha seria uma tentativa de coibir a ocorrência desse tipo de crime que é definido em lei (7.716/89)) e prevê reclusão de um a três anos, mais multa para quem praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência.
15/05/2014 15h12

Alexandre Amarante

Campanha da Comissão do Esporte “Fim do Jogo para o Racismo” é lançada na Câmara

A Comissão do Esporte lançou na última quarta-feira (14/05), a campanha “Fim de Jogo para o Racismo”. No evento, o deputado Damião Feliciano (PDT-PB), presidente da Comissão do Esporte, incentivou os árbitros de futebol a suspenderem as partidas de futebol, assim que identificarem situações de racismo em campo.

A campanha pretende conscientizar a sociedade, profissionais e pessoas envolvidas com esporte sobre as atitudes de racismo praticadas contra atletas e profissionais durante eventos esportivos, destacando que o racismo é crime inafiançável e imprescritível, e a qualquer um é dado o exercício da prisão em flagrante.

Segundo Damião Feliciano, a campanha seria uma tentativa de coibir a ocorrência desse tipo de crime que é definido em lei (7.716/89)) e prevê reclusão de um a três anos, mais multa para quem praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência.

A campanha “Fim de Jogo para o Racismo” foi idealizada pela Comissão de Esporte e produzida por servidores da própria Câmara, com custo zero para a Casa. O material será divulgado na internet e demais veículos de comunicação da Câmara e também será disponibilizado para as TVs e rádios legislativas e emissoras privadas.

O ex-árbitro Márcio Chagas participou do lançamento. Ele foi vítima de racismo durante uma partida do Campeonato Gaúcho entre Esportivo e Veranópolis. Márcio ouviu da torcida do Esportivo “macaco”, “seu lugar é na selva” e “volte para o circo”. E após sair do estádio, encontrou duas bananas sobre o seu carro, que foi depredado.

O caso foi julgado pela Justiça Desportiva, e o clube foi punido com multa de R$ 30 mil, cinco perdas de campo e a perda de nove pontos, o que resultou no rebaixamento do time para série B.

Segundo Márcio Chagas, a conscientização e ações educativas são o melhor passo, mas a decisão representou uma lição, “tendo em vista que essa equipe teve um tempo hábil de praticamente um mês e meio para identificar essas pessoas, não se prontificou a identificá-las e acarretou uma punição que, no meu entender, foi a mais justa para toda a atrocidade que aconteceu naquele dia.”

Para o deputado Damião Feliciano, o racismo deve ser coibido sempre e não só agora, com as proximidades da Copa do Mundo no Brasil. “Não é só a Copa do Mundo. Esse é um assunto que está incomodando o Brasil inteiro e fora do País. Nós não podemos, neste instante, conviver com o racismo no futebol brasileiro e internacional”.

O parlamentar lembrou que, recentemente, casos de racismo envolveram atletas brasileiros. No último dia 27, durante partida do campeonato espanhol, um torcedor do Villarreal arremessou uma banana contra o lateral-direito do Barcelona Daniel Alves. Em resposta, o brasileiro comeu a fruta em campo, antes de cobrar um escanteio, gerando milhares de mensagens de solidariedade nas redes sociais.