Comissão do Esporte faz balanço da Olimpíada Rio 2016
Foto: REUTERS/Pawel Kopczynski
Mosaico forma a imagem do Cristo Redentor durante a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016,
O Brasil subiu ao pódio em 12 esportes diferentes, batendo recorde de diversidades, sendo: vôlei de praia, judô, boxe, atletismo, vôlei, vela, futebol, ginástica artística, canoagem velocidade, tiro esportivo, maratona aquática, taekwondo. As sete medalhas de ouro superaram as cinco conquistadas em Atenas 2004, as 19 medalhas bateram as 17 alcançadas em Londres 2012, e a 13ª posição foi a melhor da história.
Além dos bons números, comparados a edições anteriores, o Brasil conseguiu registrar feitos históricos na Rio 2016. Felipe Wu inaugurou o quadro de medalhas do Brasil e trouxe o país de volta ao pódio no tiro esportivo – desde 1920 o país não conquistava medalha na modalidade.
O Time Brasil fez bonito e alcançou ouros inéditos, com Thiago Braz, no salto com vara; Robson Conceição, no boxe; Martine Grael e Kahena Kunze, na vela feminina, e também no futebol masculino.
Outros destaques vieram com Poliana Okimoto, na maratona aquática, e Maicon Siqueira, no taekwondo: ambos conquistaram a primeira medalha brasileira das modalidades, garantindo bronzes para o país. O atleta Isaquias Queiroz, canoísta, também fez sucesso e se tornou o primeiro brasileiro a conquistar três medalhas numa mesma edição de Olímpiada, duas pratas e um bronze.
Entre instalações olímpicas, equipamentos, centros de treinamento e preparação de atletas, o ciclo olímpico Rio 2016 recebeu mais de 4 bilhões de reais de investimento do governo federal, desde o anúncio do Rio de Janeiro como sede dos Jogos, em 2009.
Comitiva Parlamentar
A Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados acompanhou a Olímpiada no Rio de Janeiro, representada por uma comitiva de deputados – o presidente, César Halum, e os deputados João Derly e Arnaldo Jordy.
Halum defende como principal legado a mudança da mentalidade em relação à criação e revelação de novos atletas para as próximas Olimpíadas, em 2020, no Japão.
“É preciso desmistificar a ideia de que todos os investimentos só devem ir para atletas de alto rendimento, já profissionais. O esporte tem que atender a grande massa. O governo tem que trabalhar é para ajudar o amador, porque é lá na base que nós vamos formar grandes talentos, projetar muita gente e tirar muitos do estado de miserabilidade. Todos os países que investem fielmente no esporte de base tiveram bons resultados tanto em medalhas quanto no aumento da inclusão social. É preciso redistribuir os recursos, administrar melhor”, disse César Halum.
O deputado João Derly avalia a participação do Time Brasil como “boa” nas Olimpíadas Rio 2016. “A meta do COB foi válida. Acho que a gente poderia fazer mais de 20 medalhas, sim, afinal o ciclo olímpico Rio 2016 recebeu um bom investimento”, disse o deputado.
O deputado Arnaldo Jordy define o resultado como positivo e registra o heroísmo e performance do Time Brasil. Em contraponto, diz que o Brasil não sai muito do lugar e está distante de ser uma nação olímpica, e aponta a ausência de um projeto estratégico para o esporte. “A Comissão do Esporte precisa atuar na fiscalização junto ao TCU referente aos gastos dos Jogos Rio 2016 e também da Copa do Mundo”, diz Jordy.
Em relação aos planos para o futuro do esporte brasileiro, Derly defende mudanças na legislação, principalmente na redução do IPI de equipamentos esportivos importados, além de revisar e aperfeiçoar alguns programas, como o Bolsa Atleta e a Lei de Incentivo ao Esporte.
João Derly defende que o principal legado dos Jogos Rio 2016 é o Plano Nacional do Desporto, para conseguir consolidar uma política de estado voltada para o esporte.
Nesse caminho, o deputado Halum enfatiza que a Câmara deve analisar ainda em outubro o Plano Nacional de Desporto. Segundo o parlamentar, a proposta vem com o objetivo de organizar e estabelecer metas e objetivos, construindo uma visão de longo prazo para o esporte.
Organização e logística
Os deputados que participaram das Olimpíadas avaliaram o bom funcionamento do transporte público, com excelente integração. O trabalho dos voluntários também foi essencial e de grande reconhecimento, demonstrando boa comunicação e cumprindo o papel informador.
A principal queixa apontada foi a questão da alimentação, que deixou a desejar em questão de qualidade, valor e pouca diversidade.
É importante registrar também que o primeiro dia de competições ficou marcado pela desorganização nas entradas das arenas, mas logo foi ajustado e normalizado, passando a fluir melhor.