Comissão do Esporte discute decisão proferida pela STJD no Campeonato Paranaense de 2017
A decisão de reescalonar os times classificados para a segunda fase do Campeonato reorganizando-os através da mera substituição do time punido J. Mallucelli, pelo time Rio Branco-PR com o argumento de que esta seria a solução menos onerosa para os clubes participantes, gerou revolta entre os clubes, torcedores e a Federação.
A iniciativa do deputado aconteceu por entender que a decisão proferida pelo STJD foi arbitrária. "O que nos motivou a apresentar esse requerimento foi a tentativa de compreender qual foi o critério utilizado pelo STJD e a quem interessou essa decisão arbitral. Por que o que aconteceu com o campeonato paranaense, inédito na história do futebol brasileiro, abre um grande precedente para futuras decisões em outros campeonatos do país e isso é brincar com a paixão dos torcedores, dos jogadores, dos clubes e da Federação", destacou o ex-árbitro Fifa.
Durante a reunião, deputados parabenizaram a iniciativa de Roman e se mostraram indignados com a decisão. O deputado Danrlei de Deus (PSD/RS), disse ser difícil compreender a atitude do colegiado. "Pra quem é e gosta de futebol é muito difícil engolir essa decisão. É uma vergonha. Desconheço regulamento que diga que o time que tem 11 pontos fique à frente do que tem 16. Lamento que a pessoa que mais deveria estar aqui para explicar essa decisão não esteja.", concluiu o ex goleiro do Grêmio, se referindo a ausência do presidente do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva, Ronaldo Piacente, e do relator do processo n.º 058/2017 no STJD, ambos convidados para participarem da audiência.
O deputado Goulart (PSD/SP), conselheiro do Corinthians, disse ter ficado estarrecido com a situação que chamou de papagaiada. "Quando soube do fato pelo deputado Evandro Roman, fiquei indignado por que é inaceitável. É a paixão do brasileiro e com isso não se brinca", explanou.
A decisão do STJD também desagradou clubes que compõe o campeonato paranaense. O presidente do Futebol Clube Cascavel, Valdinei Silva, vê na decisão um atraso para o desenvolvimento do futebol do interior e do Brasil, além de todas as perdas sofridas pelos clubes como patrocínios, vendas de ingressos, materiais esportivos dos clubes, que segundo ele, chegaram a dois milhões de reais. O advogado do Paraná Clube, um dos clubes mais atingidos pela decisão, disse não ver mais nenhuma segurança no regulamento do campeonato após a decisão e salientou a importância da audiência para encontrar uma solução que assegure o direito desportivo baseado no Regulamento.
Ao final da sessão, Roman garantiu a continuidade dos esforços para impedir que essa situação não se repita. "Desta audiência vamos fazer um encaminhamento. Enquanto eu tiver força e voz para gritar contra arbitrariedades como essa, vou fazer para impedir que essas ações não se repitam. O STJD manchou o campeonato paranaense de futebol de 2017, numa decisão arbitrária, para a qual não foi convidada para entrar."
Também participaram da audiência pública Amauri Escudero Martins, Vice-presidente da Federação Paranaense de Futebol; Thiago Campos, Presidente do Rio Branco Sport Club; Valdinei Silva, Presidente do Futebol Clube Cascavel; Gilson João Goulart Júnior, Procurador-Geral da Procuradoria de Justiça Desportiva do TJD-PR; Jorge Massayuki Tasaki, advogado do Futebol Clube Cascavel, deputados e advogados da sociedade civil e acadêmica.
Com: Ascom Deputado Evandro Roman