Comissão do Esporte debate o esporte paraolímpico

Os resultados dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e as perspectivas para o próximo ciclo paraolímpico foram os temas da audiência pública ontem (05) na Comissão do Esporte. Participaram do debate, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, o recém-eleito presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima, e o diretor-técnico do CPB, Alberto Martins da Costa.
06/04/2017 11h00

Francisco Medeiros

Comissão do Esporte debate o esporte paraolímpico

CESPO debate o esporte paraolímpico em audiência pública

Para o ministro, é importante discutir um assunto em que o país teve tanto sucesso. “O momento agora é de consolidar o legado do esporte, levar o esporte mais perto dos brasileiros, atrair a atenção do poder público e da iniciativa privada para o esporte e, sobretudo, bons exemplos que o esporte nos traz. Os Jogos Paralímpicos foram um sucesso, de público e esportivo, em que a nossa delegação atingiu a melhor marca entre todas as participações do Brasil nas edições das Paralimpíadas. Fomos de 43 medalhas conquistadas em Londres a 72 na Rio 2016, uma evolução extraordinária do esporte paralímpico brasileiro, fruto dos investimentos que foram feitos em grande parceria com o Comitê Paralímpico e o governo brasileiro, por meio do Ministério do Esporte, fruto da excelente gestão do Comitê, conduzido até poucos dias pelo Andrews Parsons e agora pela gestão do Mizael Conrado. O esporte paralímpico brasileiro plantou uma base capaz de levar o Brasil a resultados ainda mais significativos e permitir que mais brasileiros pratiquem as modalidades paralímpicas, que aqueles com algum tipo de deficiência possam ter acesso ao esporte na sua vida como fator de desenvolvimento, de lazer, de formação para as crianças”, ressaltou.

 
Parque Olímpico da Barra
 
Leonardo Picciani lembrou que o Ministério do Esporte assumiu a gestão de quatro arenas do Parque Olímpico da Barra. “O Parque como um todo tem outras áreas, que estão sob gestão da prefeitura do Rio de Janeiro, e também há espaços sob gestão de iniciativas privadas. Esse não era o planejamento inicial do ministério, esperava-se que a PPP (Parceria Público-Privada) tentada pela prefeitura tivesse obtido sucesso e a gestão tivesse iniciativa pública e privada. Como isso não ocorreu e para garantir funcionamento, manutenção e melhor uso das arenas e equipamentos, a pasta  atendeu a um pedido da prefeitura para assumir a gestão desses equipamentos. Para tanto, na última semana o presidente Temer editou medida provisória que cria a Autoridade de Governança do Legado Olímpico, que será o órgão de administração federal veiculado ao Ministério do Esporte responsável por concretizar alteração, manutenção e todas as informações a esses e a outros equipamentos sob gestão da União, a exemplo o Parque de Deodoro, em parceria com o Exército Brasileiro, e também de equipamentos que foram construídos em outros locais em parceira com estados, municípios e com os comitês”, acrescentou.  
 
Centro Paralímpico Brasileiro 
 
O ministro do Esporte citou o legado da construção do Centro Paralímpico Brasileiro, em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e com o governo de São Paulo, uma obra em que foram investidos quase 282 milhões, sendo R$ 165 milhões do Ministério do Esporte. O governo paulista detém a posse do equipamento e transferiu a gestão para o CPB, por meio de convênio. “No local 16 das 23 modalidades paralímpicas terão seus treinamentos. Esse é um dos grandes legados dos Jogos Paralímpicos em infraestrutura para o esporte, e notem que ele não está na cidade do Rio de Janeiro. Foi construído em outra importante cidade, assim como o Centro Pan-Americano de Judô, na Bahia, e o Centro de Formação Olímpica, no Ceará. Fizemos parcerias com o estado do Amazonas para a destinação de equipamentos da Vila Olímpica e a construção do Centro de Atletismo em Cascavel, no Paraná. Há equipamentos em praticamente todos os estados brasileiros, em todas as Regiões brasileiras”, apontou.
 
Patrocínio e incentivo público
 
Picciani destacou que a Bolsa Pódio atende atletas olímpicos e paralímpicos que chegam ranqueados entre os 20 primeiros das suas modalidades, com chances reais de obterem medalhas. “As bolsas variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil mensais. Tivemos destinados ao Bolsa Pódio no ciclo olímpico cerca de R$ 39 milhões e contemplamos 120 atletas. Como um todo: 90,6% da delegação paralímpica era contemplada pelo Bolsa Atleta; 100% dos medalhistas eram contemplados pelo Bolsa Atleta; e, dos 289 convocados, 262 eram beneficiados pelo Bolsa Atleta. No ciclo 2012-2016 foram investidos quase 90 milhões no Bolsa paralímpico. Nesse período foram contemplados1281 atletas, dentre os quais 96% não têm outra fonte de apoio”, enfatizou.
 
Desde 2010 o Ministério do Esporte já firmou 17 convênios com o Comitê Paralímpico Brasileiro, que somavam R$ 67,3 milhões pra preparação das seleções permanentes em várias modalidades. Em 2012 a pasta firmou convênio de preparação para os Jogos Paralímpicos. “O mais importante: celebramos acordo de cooperação com o CPB para uso das instalações do legado olímpico, e tenho certeza de que poderemos fazer treinamentos, atividades das categorias e eventos competitivos no calendário nacional”, disse.
 
“Evidentemente que falamos de alto rendimento, mas não podemos esquecer que o esporte é muito mais amplo. Ele deve estar disponível como fator de desenvolvimento social, lazer, oportunidade e educação para a vida de todos. Essa é a tarefa que temos, e o esporte paralímpico é um grande orgulho pro nosso país, exemplos de superação, de talento, beleza que tem as competições e pelos expressivos resultados que obtêm, engrandecendo o nosso país”, finalizou o ministro. 
 
O secretário de Esporte de Alto Rendimento, Luiz Lima, frisou que o Plano Nacional do Desporto, em tramitação na Casa, vai contribuir muito para a organização do esporte paralímpico brasileiro. “Temos que mirar no aspecto de governança, é o quarto presidente em 20 anos. Considero o CPB uma das melhores instituições esportivas em termos de organização. o esporte paralímpico criou ídolos nos Jogos Paralímpicos, vimos mais que atletas, vimos pessoas que levantaram nossa autoestima. Quero desejar boa sorte, que tenhamos em Tóquio 2020 muito mais que medalhas, que alcancemos um maior número de praticantes, esse é nosso maior objetivo no esporte. Medalhas e conquistas são consequências”, completou. 
 
De acordo com Mizael Conrado, O Brasil realmente teve uma participação importante na 2016. “Além dos resultados, foi fundamental a maneira como o Brasil e a cidade receberam as Paralimpíadas. Os Jogos mudaram a percepção do brasileiro com relação ao esporte paralímpico e principalmente em relação às pessoas com deficiência. O legado de podermos mudar a percepção de uma cidade e a característica bastante jovem acompanhando as Paralimpíadas nos leva a crer que as próximas gerações terão muito menos preconceito e oportunidade” assegurou.
Com: Ascom/Ministério do Esporte