Clubes sociais e esportivos pedem mais recursos de loterias

Representantes de clubes sociais e esportivos de todo o Brasil defenderam o aumento de recursos provenientes das loterias para a formação de atletas de base, olímpicos e paraolímpicos. Trinta e dois clubes, sindicatos e federações de clubes participaram de audiência pública da Comissão do Esporte, nesta quarta-feira (23), onde está em discussão projeto de lei (PL 6718/16) que altera o montante desses recursos.
23/05/2018 18h25

Atualmente, os clubes têm direito a 0,5% dos recursos brutos arrecadados com as loterias. Em 2017, esse montante foi de aproximadamente 61 milhões de reais. Os clubes defendem que esse percentual aumente em 100%.

Presidente da Comissão do Esporte, o deputado Alexandre Valle, do PR do Rio de Janeiro, que propôs o debate, detalha o que mais está em jogo:

"O que nós queremos é que haja efetivamente uma fiscalização muito maior sobre esses recursos. Para onde ele está indo, de que forma está sendo gasto. Que tenha um parâmetro que tanto por cento seja gasto com pessoal, tanto por cento seja gasto com investimentos, para que a gente não seja pego de surpresa com qualquer outro escândalo que a gente já vem vendo pelo País afora. Então nós queremos que esse recurso, que vem da Timemania, que vem das loterias, ele efetivamente possa chegar à ponta que é o destino final."

Jair Alfredo Pereira, presidente do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), defendeu a transparência da instituição:

"O CBC hoje é exemplo para o TCU, o Ministério dos Esportes e CGU em prestação de contas. Nós prestamos contas trimestralmente e semestralmente. (...) É uma cultura nossa, brasileira, a formação de atletas olímpicos sempre acontece nos clubes sociais e esportivos. Países mais desenvolvidos, através de escolas e universidades, mas no Brasil a cultura é nos clubes sociais e esportivos. E o CBC, como representante desses clubes, ele procura fazer com que esse recurso realmente chegue no seu fim."

Já o diretor da Confederação Nacional de Clubes (Fenaclubes), Edson Garcia, detalhou como é feita a distribuição dos recursos para os clubes:

"Do recurso que vem, dez por cento vai para o esporte escolar, cinco por cento para o esporte universitário, quinze por cento para o paraolímpico. Nós gastamos no máximo vinte por cento em despesa administrativa. Conclusão: sobra cinquenta por cento para o esporte olímpico."

Segundo o diretor da Fenaclubes, 245 clubes sociais e esportivos do Brasil têm mais de cem anos. E cerca de 80% dos atletas olímpicos brasileiros estão vinculados aos clubes.

Presidente do conselho deliberativo do Minas Tênis Clube, Sérgio Bruno Zech Coelho, criticou os recursos que estariam sendo gastos com administração pelo Comitê Brasileiro de Clubes (CBC):

"Eu acho que se tiver que ter mais dinheiro, ótimo. Nós precisamos de recursos para aplicar efetivamente no esporte, mas tem que ser aplicado no esporte, na ponta."

O projeto de lei que aumenta os recursos para a formação de atletas pelos clubes sociais e esportivos seria votado nesta semana. No entanto, um pedido de vista, para que os deputados possam avaliar melhor o projeto, adiou a votação para a próxima semana.

 

Rádio Agência Câmara dos Deputados