CESPO discute projeto que exige diploma de treinadores esportivos
Jordana Ribas
Jorge Steinhilber, deputado Hiran Gonçalves, Marcus Bocatto e Renato D'avilla (da esq. p/ dir.)
O projeto de lei citado acrescenta como requisito aos treinadores esportivos responsáveis pelo desporto de rendimento o diploma de nível superior em educação física, ressalvados aqueles que na data da publicação da lei possuam, comprovadamente dez anos de experiência na atividade.
O deputado Hiran propôs o debate com o intuito de aprimorar o conteúdo dessas discussões para a elaboração do parecer ao PL 1.372/15. “Uma corrente defende a necessidade do diploma de nível superior em educação física, pois acarretará maior segurança aos atletas. A outra corrente defende que o treinador profissional não necessita do diploma”, diz o deputado.
O presidente do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), Jorge Steinhilber, defende o conhecimento científico como essencial para o desenvolvimento da profissão de educador físico e a caracteriza [a educação física] como uma ciência que estuda o movimento humano. “–Hoje, o profissional de educação física não é apenas o professor de escola; hoje ele estuda para ser profissional de educação física em todas as áreas, da saúde e do treinamento esportivo”, afirma Jorge.
O representante da Federação Brasileira de Treinadores de Futebol (FBTF), Marcos Bocatto, caracteriza a obrigatoriedade do diploma de nível superior para treinadores como um caminho excludente. “A carreira do treinador de futebol é totalmente distinta da carreira de educador físico”, assegura.
A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), representada pelo diretor de desenvolvimento, Renato D’avila, defende que a formação do professor de educação física não é suficiente para torná-lo um técnico de alto rendimento.
O ex-goleiro do Grêmio, deputado Danrlei, defende um trabalho conjunto entre treinadores e profissionais de educação física. “Um profissional completa o outro: o treinador fica com a parte tática e o educador físico cuida do condicionamento do atleta”, opinou.
O deputado Danrlei condenou a exclusão de ex-atletas como treinadores esportivos.
Já o deputado Evandro Roman comparou: o treinador não formado está para a educação física assim como o curandeiro está para a medicina. “O profissional formado em educação física passa por uma formação de valores e lá ele tem o encaminhamento necessário para atuar. Ele aprende a ensinar, ele tem entendimento sobre o ser humano”, defende.