Deputados pedem inclusão de clubes na gestão de centros olímpicos

Deputados defenderam nesta terça-feira (18) a inclusão de clubes na gestão dos futuros centros de treinamento para atletas olímpicos, que ficarão de legado após os jogos Rio 2016. A sugestão foi feita em audiência pública da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados que discutiu o Plano Brasil Medalhas, do governo federal.
18/08/2015 20h25

Jordana Ribas

Deputados pedem inclusão de clubes na gestão de centros olímpicos

Composição da mesa de debate: Victor Almada, Guilherme Angelo Raso, deputado João Derly, Mosiah Rodrigues e José Sugai (da esq. p/ dir.)

Representantes do Ministério do Esporte detalharam a situação de centros de treinamento para atletas de alto rendimento, que estão sendo construídos no Ceará, em São Paulo e no Paraná. Um deles, dedicado ao judô, já está pronto e funcionando em Lauro de Freitas, na Bahia.

Todas essas obras de infraestrutura esportiva tiveram repasse autorizado de R$ 471 milhões do governo federal, além de contrapartidas de governos estaduais ou municipais.

O coordenador de Eventos do Ministério do Esporte, Vitor Almada, explicou que a gestão dos centros é definida a partir de negociações entre os governos envolvidos e as entidades responsáveis pela modalidade esportiva para a qual o centro se destina.

“Cada centro de treinamento tem o seu modelo, mas geralmente é feito dessa maneira: parceria do governo federal com o estado ou o município – porque não se pode construir em local de entidade privada, mesmo sendo sem fins lucrativos – e se faz uma cessão de uso, juntamente com a confederação ou uma federação estadual”, afirmou Vitor Almada.

Judô e natação
Bicampeão mundial de judô, o deputado João Derly (PCdoB-RS) citou dificuldades da Confederação Brasileira de Judô na manutenção do centro de treinamentos da Bahia e sugeriu que clubes formadores de atletas também sejam privilegiados nesse modelo de gestão.

“É importante inserir os clubes, que, afinal, são os que cuidam do cotidiano dos atletas. Quem vai continuar, agora, com a gestão [do centro de treinamento]? A confederação terá de buscar mais recursos para fazer essa gestão?", questionou.

O deputado Andres Sanchez (PT-SP) também criticou o privilégio às confederações e federações. "Há dois anos, o Corinthians é o primeiro lugar em natação, e a confederação nunca fez nada."

Treinamento de base
Para o deputado Hélio Leite (DEM-PA), os espaços dedicados aos atletas de alto rendimento também deveriam ser usados pela base, como opção de esporte e lazer para crianças e adolescentes.

"É importante que possamos, quando fizermos a discussão do alto rendimento, ver como também buscar uma estrutura para a categoria de base", afirmou.

Medalhas
Quanto ao Plano Brasil Medalhas, os representantes do Ministério do Esporte confirmaram a meta de deixar o País entre os dez primeiros no quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos e entre os cinco nos Paralímpicos em 2016.

O diretor de Esporte de Base e Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Guilherme Raso, fez avaliação positiva sobre os preparativos dos atletas olímpicos e paralímpicos e também da construção dos centros de treinamento.

"A esperança é que o programa Brasil Medalhas realmente chegue aos objetivos traçados: conquistar as medalhas de 2016 e, ao mesmo tempo, construir legados diversos. Acredito que estamos em um bom caminho: temos um controle bem rigoroso dos recursos e alguns bons resultados já se mostram, como no Parapan", declarou.

Do total de investimento governamental previsto (R$ 262 milhões) para o período 2013/2015, R$ 118 milhões já foram efetivamente aplicados. Ao todo, 395 atletas de 43 modalidades são beneficiados, sobretudo por meio do programa Bolsa Pódio.

Ex-ginasta e medalhista panamericano, Mosiah Rodrigues, atual coordenador do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, ressaltou que os recentes Jogos Pan e Parapanamericanos de Toronto, no Canadá, serviram de "ensaio" para o desempenho brasileiro nos Jogos Rio 2016.

"O nosso foco aqui é 2016, mas o esporte segue pós-olimpíada e Jogos Paralímpicos. Então, queremos construir uma política de esporte perene para que a gente consiga evoluir", disse Mosiah Rodrigues.

Agência Câmara Notícias