Sacolas Plásticas e os 3 R´s que fazem a diferença
Luiz Alves / Agencia Câmara
Professor Haroldo de Mattos: segundo ele, o descarte inadequado é o grande vilão.
Na mesma linha do Secretário do MMA, o Vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados, a ABRAS, Márcio Milan, argumentou: “De 2007 a 2009 houve uma redução de 30 por cento no descarte de sacolas plásticas”, afirmou. Segundo ele, isso só foi possível graças ao trabalho de conscientização feito por campanhas como a do MMA, “Saco é um saco”. Mas o representante da ABRAS também reconheceu que ainda faltam números reais capazes de diagnosticar os reais malefícios dos sacos plásticos. “Só conseguimos do Ministério uma nota técnica recomendando a redução e desde então é nisso que estamos focando”, justificou. Para Haroldo Mattos de Lemos, professor de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica da UFRJ, é justamente esse cenário obscuro que está impedindo que haja uma medida eficaz e que contemple a realidade na questão das sacolas plásticas, segundo ele, "muito distantes de condenar o uso do material". Para Mattos, "estamos trabalhando no achismo, as pesquisas indicam que algumas sacolas retornáveis como a de algodão é muito menos insustentável que o plástico, o alvo está errado, ao invés de banir as sacolas podemos reutilizar”, afirmou. O Presidente do Instituto Plastivida, Miguel Bahiense, reforçou os argumentos com uma pesquisa do Plastivida: “Nos três estudos apresentados a gente pode conferir que a sacola plástica tem melhor desempenho ambiental quando é trabalhada a reutilização e reciclagem”. Bahiense defendeu a regulação da fabricação dessas sacolas que segundo ele, não obedecem às normas da ABNT. O Presidente do Plastivida também apresentou uma dado alarmante. Segundo elea solução das caixas de papelão além de proporcionarem um problema sanitário do mau acondicionamento do lixo e oferecer um desconforto para quem precisa carregar suas compras sem carro, é extremamente anti-higiênico. “Aponta o estudo: nas caixas de papelão usadas podemos encontrar 8 vezes mais bactérias; 12 vezes mais fungos, coliformes totais em 80%, coliforme fecais em 62% e E.Coli em 56 por cento”.
Danielle Gomes da OnG ECOVIDA demonstrou uma série de matérias e dados que demonstram como o aproveitamento dos resíduos sólidos ainda engatinha no Brasil “sententa e cinco por cento das recicladoras estão ociosas, falta isenção tributária e políticas de incentivo da coleta seletiva, o problema está mesmo nas sacolas plásticas?”. Para ela o problema das sacolas é social. Ela mostrou uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que aponta: o Brasil reciclasse todos os resíduos que são encaminhados aos lixões e aterros, o país poderia economizar R$ 8 bilhões ao ano. “São 8 bilhões jogados no lixo todos os anos!”.
Na audiência, o Presidente do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor, Reginaldo Araújo Sena, fez uma denúncia: “Estamos entrando com uma ação contra o Extra, Carrefour e Wall Mart que estão vendendo sacolas importadas da China feitas com material contaminado e impróprias para carregarem alimentos sem informar o consumidor”. Sena foi categórico: “Nós consumidores temos direito a embalagem gratuita e higienizada, é uma questão de dignidade humana”. Segundo ele, todas as pesquisas em que o consumidor aprova o fim das sacolas plásticas foram elaboradas em bairros de classe média e alta. “O cidadão que ganha de 600 a 1.400 reais representa 70 por cento da população e para ele, arcar com esse custo, faz a diferença”!