Especialistas debatem novas tecnologias para uso racional da água em audiência na Câmara nesta quinta (20)
Projetos e propostas para a elaboração de novas tecnologias que visem o uso racional da água foram debatidos em audiência pública nesta quinta-feira (20), na Câmara dos Deputados. Durante o encontro, promovido pela Subcomissão especial que trata do tema e realizado por meio de solicitação do deputado federal João Paulo Papa (PSDB-SP), especialistas de diversas áreas foram unânimes ao afirmar que é preciso investir em novas ações para mudar a cultura dos brasileiros em relação ao cuidado ao bem mais precioso para o ser humano: a água.
Um dos debatedores presentes foi o diretor do Grupo Setorial de louças sanitárias da Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento (Asfamas), Luiz Claudio Ferreira Pinto. Nas últimas décadas, foram registrados avanços registrados pelo setor de bacias sanitárias. Se, em meados dos anos 1970 eram gastos até 25 litros de água com o acionamento da descarga, atualmente, com a implantação, em 2011, de dispositivos de duplo acionamento, este número passou para seis litros.
De acordo com ele, é preciso seguir com os investimentos. “O setor se organizou, pois buscou tecnologia por meio de pesquisas que levaram a uma norma técnica que deve ser seguida pelos novos produtos que chegam ao mercado. Permaneceremos investindo em pesquisa e inovação”, frisou Ferreira Pinto, lembrando que há um trabalho neste sentido sendo feito em conjunto com a Sabesp em um conjunto habitacional em Osasco, na região da Grande São Paulo.
Outro debatedor, o presidente do Sistema Nacional das Indústrias de Saneamento Básico e Ambiental, Gilson Cassini, chamou a atenção para a fabricação de novas tecnologias que visem o reuso e o tratamento da água. “Há um crescimento mundial de investimentos em ações que objetivam estas duas questões. O Brasil faz muito pouco se comparado com os outros países”, observou, ressaltando a iniciativa do deputado João Paulo Papa. “Uma audiência como esta joga luz a um tema que, geralmente, não tem destaque. Tenho certeza que colheremos bons frutos desta iniciativa”. Ele sugeriu a criação de incentivos e prêmios às empresas que fabricarem equipamentos modernos, que auxiliem no tratamento e reuso.
Já Carlos Roberto Mingione, presidente da seção São Paulo do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), traçou um panorama atual do setor de saneamento e da importância de se controlar as perdas nos sistemas geradores de água. “Devemos elaborar métodos que estimulem o controle, além da análise das perdas e das gestões. Além disso, é preciso investir em campanhas educativas para estimularmos a consciência da população”.
Luiz Roberto Pladevall, presidente da Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente (Apecs), ressaltou as premissas do Plano Nacional de Saneamento Básico e a estruturação de um plano nacional que controle os sistemas geradores de água e monitore os índices de perda.
Balanço positivo
Para o deputado federal João Paulo Papa, o objetivo da audiência foi alcançado. “São questões fundamentais que devem ser tratadas, principalmente em tempos de estiagem e seca em diversas regiões do País. É preciso criar uma cultura diferente daquela de fartura de água, que grande parte da população possui”. Para o parlamentar, o encontro “deu foco” à importância do investimento e apoio às novas tecnologias. “As empresas e associações podem contribuir de forma muito positiva, principalmente com a criação de novos equipamentos e sistemas que controlem as perdas de água. Há regiões no País onde o índice de perda de água tratada chega a 70%. São dados alarmantes e creio que conseguimos reunir uma boa base para avançarmos nesta questão”, concluiu.
Assessoria Deputado Federal João Paulo Papa (PSDB/SP)