O deputado Caetano (PT-BA), que pediu a audiência, incentivou outros prefeitos do Brasil a conceberem projetos semelhantes. “É um bom modelo para municípios, assim como tem outros modelos que são sucesso em outros municípios, que devem ser divulgados na Casa também”, salientou.

Caetano ressaltou que a Cidade do Saber é hoje referência no País como centro de educação não formal e de inclusão social. “O gestor público tem que levar cultura, arte, para a população. É fantástico ver uma criança de rua no balé clássico”, destacou. O parlamentar era prefeito da cidade quando o projeto foi concebido.

Serviços gratuitos

Inaugurada em 2007, a Cidade do Saber é um complexo que oferece serviços gratuitamente à população de Camaçari, incluindo cursos e oficinas de arte; espetáculos; atividades de desenvolvimento de talentos artísticos e esportivos, com equipes e grupos permanentes; e atividades de promoção da saúde, com atividades físicas coletivas orientadas. Além dessas atividades, a Cidade do Saber tem espaços culturais interativos, como um museu e o Memorial do Pólo Petroquímico de Camaçari.

“É uma cidade que não tinha absolutamente nada para fazer e agora faz parte do roteiro das artes”, disse a diretora-geral da Cidade do Saber, Ana Lúcia Alves da Silveira.

Segundo a dirigente, a agenda do projeto está fechada para quase todo o ano, com atividades previstas para todos os fins de semana. “Hoje a cidade tem uma orquestra sinfônica genuinamente de Camaçari, a Cia Jovem de Ballet, temos a Casa Social do Ballet Bolshoi, temos quase 6 mil alunos na parte de esportes, com sucesso enorme em resultados de campeonatos, novos grupos teatrais foram formados”, citou.

De acordo com Ana Lúcia, houve diminuição da violência e de uso de drogas entre os participantes. “O índice de depredação da Cidade do Saber é baixíssimo”, completou.

Parcerias com escolas
Segundo Ana Lúcia, o projeto tem parceria com 54 escolas, com mais de 22 mil beneficiados. A Cidade do Saber promove aulas temáticas dentro do horário regular, para ajudar no processo de aprendizagem formal. “O projeto tem trazido de volta às aulas crianças que tinham dificuldade de prestar atenção e dificuldade de frequentar a escola”, ressaltou.

Além disso, no contraturno escolar, são oferecidas aulas de iniciação musical. Os melhores alunos participam da orquestra sinfônica jovem da cidade. Outra iniciativa do projeto é premiar talentos científicos nas escolas.

Comissão de avaliação
A diretora-geral do projeto explicou ainda que a organização social que administra o complexo tem de atingir resultados previamente negociados e formalizados em contrato de gestão, cuja execução é acompanhada por uma comissão de avaliação, formada por representantes do Executivo e do Legislativo Municipal, além de representantes da comunidade.

O projeto é financiado maioritariamente pela prefeitura, mas, conforme explicou, também há recursos do Ministério da Cultura e recursos privados, captados por meio de leis de incentivo à cultura.