Spreads bancários no Brasil seguem a média mundial, afirma dirigente financeiro

A ideia de que spreads praticados por bancos no país são amplamente maiores do que os verificados em outros países é um equívoco, afirmou José Ricardo Alves, vice-presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, em audiência pública dentro do ciclo “Debates Setoriais”, promovido pela CDEICS. José Ricardo respondeu a uma afirmação do deputado Júlio Cesar (PSD/PI) de que o spread bancário brasileiro é o maior do mundo.
15/06/2016 15h30

Carla Passos/Assessoria de Imprensa

Spreads bancários no Brasil seguem a média mundial, afirma dirigente financeiro

O presidente Laercio Oliveira e José Ricardo Alves, da CNF, no segundo debate setorial da CDEICS

Apontado como “lucros” dos bancos, o spread é a diferença entre as taxas de juros de empréstimos aos clientes e o custo de remuneração dos depósitos. É comumente dito como “abusivo” porque o dinheiro é tomado a taxas de juros pouco superiores a Selic (14,25%, em 2015) e emprestado a taxas superiores a 30%. Para José Ricardo, o spread brasileiro está dentro da média mundial.

O dirigente da CNF afirmou ainda que os bancos não se beneficiam das altas taxas de juros, em razão das consequências dessa elevação, como por exemplo, o aumento da inadimplência. Ele explicou que a provisão para devedores tende a reduzir o patrimônio líquido do banco. Além disso, a alta da inadimplência provoca uma taxa de juros ainda maior.

O deputado Júlio Cesar destacou que os cinco maiores bancos do país ampliaram a provisão para devedores duvidosos de R$ 72 bilhões, em 2014, para R$ 108 bilhões, em 2015. “O sistema financeiro no país continuou ampliando seus lucros”, afirmou o parlamentar. Já para o dirigente financeiro, a provisão protege o capital dos bancos.

José Ricardo defendeu um sistema financeiro transparente, com a mais ampla informação possível, para garantir uma economia sólida.