Spreads bancários no Brasil seguem a média mundial, afirma dirigente financeiro
Carla Passos/Assessoria de Imprensa
O presidente Laercio Oliveira e José Ricardo Alves, da CNF, no segundo debate setorial da CDEICS
Apontado como “lucros” dos bancos, o spread é a diferença entre as taxas de juros de empréstimos aos clientes e o custo de remuneração dos depósitos. É comumente dito como “abusivo” porque o dinheiro é tomado a taxas de juros pouco superiores a Selic (14,25%, em 2015) e emprestado a taxas superiores a 30%. Para José Ricardo, o spread brasileiro está dentro da média mundial.
O dirigente da CNF afirmou ainda que os bancos não se beneficiam das altas taxas de juros, em razão das consequências dessa elevação, como por exemplo, o aumento da inadimplência. Ele explicou que a provisão para devedores tende a reduzir o patrimônio líquido do banco. Além disso, a alta da inadimplência provoca uma taxa de juros ainda maior.
O deputado Júlio Cesar destacou que os cinco maiores bancos do país ampliaram a provisão para devedores duvidosos de R$ 72 bilhões, em 2014, para R$ 108 bilhões, em 2015. “O sistema financeiro no país continuou ampliando seus lucros”, afirmou o parlamentar. Já para o dirigente financeiro, a provisão protege o capital dos bancos.
José Ricardo defendeu um sistema financeiro transparente, com a mais ampla informação possível, para garantir uma economia sólida.