Pré-sal é tema de audiência pública na Câmara dos Deputados
Atualmente, o setor de petróleo e gás representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia (MME). Com o regime de partilha, a Petrobrás continua sendo proprietária do Pré-Sal brasileiro, uma das maiores reservas de petróleo do mundo, mas pode transferir atividades da empresa para o setor privado.
“Estamos dando um choque de competitividade ao setor”, disse o diretor de Relacionamento Institucional da Petrobras, Roberto Furian Ardenghy, ao citar as rodadas de leilões de áreas de exploração. “O momento é de atrair as companhias certas para cada ambiente, enquanto somos agentes ativos nos blocos do Pré-Sal”, reforço Furian.
Atualmente, a Petrobras tem 39% de participação na exploração do Pré-Sal, ainda de acordo com dados do MME. Entre 2017 e 2040, o Brasil responderá por 23% do aumento da produção mundial de petróleo, ficando entre os cinco maiores produtores globais, e, até 2030, o Brasil dobrará a produção de gás natural de 112 para 220 milhões de metros cúbicos por dia.
“A expectativa para esse ano é ainda realizar a rodada de leilão do volume excedente, o que significaria um trilhão em arrecadação nos próximos anos”, disse Renata Isfer, secretária adjunta de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, ao falar sobre a exploração do volume excedente de barris de petróleo nas bacias já ativas. Atualmente, a Petrobrás explora menos do que as reservas oferecem.
Oposição
A crítica veio do petroleiro José Maria Rangel, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que defendeu a permanência da empresa sem capital privado e predominante na exploração do Pré-Sal. “Não se pode dizer que a Petrobrás não tem condições de explorar o Pré-Sal. Isso não é um discurso técnico, mas político”, afirmou.
De acordo com o ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, Guilherme Estrela, o petróleo brasileiro garantiria autonomia energética ao Brasil, especialmente, se somado a outras matrizes energéticas. “O pior engano é transformar oportunidade em ameaça, um país ser submetido a interesses estrangeiros”, finalizou.