Economistas destacam impacto econômico do ajuste fiscal

Especialistas na área fiscal se posicionaram sobre o ajuste promovido pelo governo e seus impactos econômicos, durante audiência pública, nesta quinta-feira (21), na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC). Os economistas Mansueto de Almeida e Raul Velloso participaram do debate a convite do presidente do colegiado, deputado Júlio César (PI).
22/05/2015 15h45

Josué Nogueira/ Assessor de imprensa CDEIC

Economistas destacam impacto econômico do ajuste fiscal

Expositores e Presidente da CDEIC

O parlamentar fez um balanço positivo do encontro e afirmou que os expositores pontuaram a necessidade do ajuste, porém destacaram que será difícil fazer a mudança sem aumentar a carga tributária. Júlio César acredita que mais medidas devem ser adotadas para garantir que o país volte a crescer. “As despesas do governo são enormes e o ajuste é insuficiente para ajudar no equilíbrio das contas públicas. Por isso, vamos nos aprofundar mais em outras ações para que o Brasil encontre o caminho certo”, justificou.

Almeida disse ver longo período de baixo crescimento e recuperação difícil. “Os índices de confiança da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e da FGV (Fundação Getúlio Vargas) estão no nível mais baixo da série. A média do índice de confiança da indústria, nos últimos cinco anos, era 100 e agora está em 70. O empresário não vai investir porque não sabe o que vem por aí e tem medo de no final ter que pagar uma carga tributária ainda maior”, explicou.

O economista destacou que para o país voltar a crescer de forma consistente é preciso melhorar a educação; aumentar a integração com o comércio internacional e a produtividade com investimento público e privado.

Para Velloso, o problema do país não é a falta de recursos. “O Brasil nunca esteve numa situação tão folgada como a de hoje. A questão é de gestão e modelo errado. Decorre do fato de que o governo não conseguiu reverter uma trajetória que nos levou a crescer quase zero. Desta forma, a arrecadação não cresce e a conta não fecha, porque é muito difícil mexer nos gastos, a tendência é aumentá-los.”