Comércio exterior deve ser prioridade do País, defende Ministro.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, defendeu há pouco uma política de comércio exterior mais forte para integrar o Brasil a novas rodas de negociação no mundo.
06/05/2015 15h20

Lucio Bernando Jr.

Comércio exterior deve ser prioridade do País, defende Ministro.

Audiência Pública com o Ministro Armando Monteiro

Segundo o ministro, que participou de audiência pública na Câmara dos Deputados, a pasta lançará ainda neste mês um plano nacional de exportações e o assunto deve ser encarado como "prioridade absoluta".

As exportações, disse o ministro, podem se constituir em uma alternativa importante para manter o nível de atividade das empresas no País. "O Brasil nunca conferiu ao comércio exterior o status e a importância que deveria. Somos o 7º PIB do mundo e apenas o 25º país exportador. O Brasil responde por apenas 1,2% do comércio internacional", ressaltou.

Mercosul
Na audiência - promovida pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e de Relações Exteriores e Defesa Nacional -, Armando Monteiro Neto também defendeu uma maior liberdade do Brasil em relação ao Mercosul. "O bloco não pode ser um fator que concorra para que o Brasil fique excluído de outros acordos em outras partes do mundo."

O financiamento das exportações também é um dos pilares da nova política, na avaliação do ministro, que citou a China como exemplo de grande financiador do comércio exterior.

Ajuste fiscal
Armando Monteiro Neto também defendeu o ajuste fiscal que está sendo promovido pelo governo e pediu apoio dos parlamentares às medidas provisórias que tratam do assunto e tramitam no Congresso Nacional, ainda que elas sejam modificadas.

De acordo com o ministro, as medidas são necessárias para recolocar o Brasil na rota de crescimento. "Sem o ajuste fiscal e sem o reequilíbrio macroeconômico, teremos muitas dificuldades para relançar a economia brasileira e garantir a retomada dos investimentos."

Ele lembrou ainda que o ajuste proposto prevê um superavit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). "Está longe de ser algo que possa se traduzir numa situação inalcançável, mas é um esforço importante", disse.

Crescimento
Apesar das dificuldades atuais, Armando Monteiro Neto se mostrou otimista quanto à retomada do crescimento. Para ele, a atual desvalorização do real frente ao dólar se apresenta como oportunidade de minimizar a desvantagem brasileira no quesito competitividade.

O Brasil, disse ainda, também precisa de uma política industrial que foque o aumento da produtividade. "A indústria vem perdendo sua participação no PIB. Não podemos aceitar um processo precoce de desindustrialização", disse em referência à crescente importação de manufaturados pelo Brasil.

Lei do Bem
Armando Monteiro Neto pediu ainda aos parlamentares a revisão da Lei do Bem (11.196/05), a fim de incluir as empresas que estão no regime de lucro presumido. A lei concede incentivos fiscais às empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica.

 Matéria da "Agência Câmara Notícias"