Brasil precisa superar entraves burocráticos, dizem especialistas em audiência pública da Cdeics
Presidindo a audiência, o deputado federal Zé Neto (PT/BA), que propôs a realização do evento, ressaltou a importância da abertura da Cdeics à sociedade para a discussão de temas de interesse nacional. “Nós temos o compromisso de reunir representantes da sociedade e do governo federal, além de outras referências, para travar um debate que contemple a complexidade da economia brasileira”, disse.
De acordo com o presidente da Cdeics, Bosco Saraiva (Solidariedade/AM), a realização de audiências permite à sociedade expor as suas demandas aos representantes legislativos. “Se garantirmos a participação social e do setor produtivo, enriquecemos o debate e temos mais capacidade de formular políticas públicas de alto impacto”, ressalta.
Debate
Entre os convidados, o superintendente da Zona Franca de Manaus, Alfredo Alexandre de Menezes Júnior, apresentou resultados da ZFM e confirmou a cooperação de Israel anunciada durante visita da comitiva presidencial brasileira àquele país. “Teremos um grupo de pesquisadores visitando a região nos próximos dias”, disse Menezes.
José Velloso Dias Cardoso, presidente executivo da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), ressaltou o caráter burocrático da administração brasileira, além das contradições no sistema tarifário. “Precisamos aumentar o prazo de pagamento de imposto. Compatibilizar períodos entre a fonte pagadora e o recolhimento de impostos”, disse.
Daniel da Silva Antunes, gerente de Relações Governamentais da Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), lembrou que as recentes normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) podem afetar os Processos Produtivos Básicos (PPB´s) do Polo Industrial de Manaus, e também defendeu a emergência de uma reforma tributária. “Uma reforma tributária é tão importante quanto uma reforma da presidência para o Brasil”, disse.
Fabrício Sardelli Panzini, gerente de Negociações Internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ressaltou a importância do fortalecimento do Mercado Livre Comercio do Sul (Mercosul). “É uma grande oportunidade, ainda mais neste início de governo, investir em abertura comercial, fortalecendo um mercado onde já somos fortes”, disse.
Renato Agostinho, diretor do Departamento de Operações de Comércio Exterior, da Secretaria de Comércio Exterior do Ministro da Economia (ME); e Tólio Ribeiro, coordenador-geral de Serviços e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria e Comércio, do mesmo Ministério, abordaram as estratégias da nova política econômica liberal do atual governo. “Estamos numa agenda contínua de desburocratização para dar mais celeridade à agenda produtiva. Queremos facilitar a comercialização e dar velocidade aos nossos setores”, disse Tólio.
Reportagem:
Michelle Portela
Assessoria de Imprensa - CDEICS