Atividade externa da CDEICS debate impactos do fechamento de fábrica da Petrobras na Bahia
O evento, aberto ao público, discutiu os impactos dos desinvestimentos da Petrobras na indústria nacional e no estado, no auditório 1, do Senai Cimatec, em Salvador, Bahia.
O seminário tratou sobre as mudanças ocorridas na empresa e seus impactos sociais, no mundo do trabalho e na economia da região. Segundo o deputado Daniel Almeida “a notícia de desativação das atividades das unidades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (FAFEN-BA) mobilizou parlamentares, trabalhadores e os governos da Bahia e Sergipe, que conseguiram prorrogar a efetivação da medida, para o próximo semestre, não afastando, efetivamente, a ameaça de fechamento das unidades.” Segundo o parlamentar, há possibilidade de mais de mil trabalhadores diretos perderem os seus postos de trabalho com a desativação. “A Fafen/BA movimenta uma enorme cadeia, e o seu fechamento representará um baque na economia da Bahia.”
O senhor Radiovaldo Costa (SINDIPETRO/BA – FUP) considerou muito importante a iniciativa do deputado Daniel Almeida em promover o debate sobre a situação da Petrobras e os efeitos do desinvestimento na economia da Bahia. Ele pediu engajamento de todos os trabalhadores na defesa do setor petroquímico e disse que o sindicato não descansará enquanto não barrar a destruição da indústria pelo governo Temer. O presidente da CTB/BA, Pascoal Carneiro falou da importância da preservação da indústria nacional e que a Bahia e o Brasil precisam é de desenvolvimento nacional, com geração de trabalho digno, investimento em educação. E repudiou a tentativa de destruição do pólo petroquímico baiano e com isso o aumento do desemprego na região.
O vice-governador João Leão parabenizou todos os participantes do seminário e disse que o governo estadual fará tudo que for possível para evitar que a decisão de fechar a FAFEN traga danos para toda Bahia e que a população pode contar com os esforços do governador Rui Costa para proteger a economia do Estado e os empregos dos baianos.
O senhor Roberto Fiamenghi (FIEB) resgatou a importância do petróleo para o Estado da Bahia, onde foi perfurado o primeiro poço de petróleo no Brasil. “É difícil falar da economia baiana sem retornar ao início da exploração do petróleo na Bahia, lá na década de 40 se perfurou o primeiro poço em Lobato, não sendo comercialmente favorável sua exploração, mas em 1941 se perfurou o primeiro poço comercialmente rentável em Candeias, do Estado da Bahia e do Brasil, então a Bahia está intimamente ligada a exploração do petróleo no Brasil”, disse Fiamenghi. Segundo ele, logo depois vem a Refinaria Landulpho Alves, que foi a primeira refinaria nacional de petróleo. Sua criação, em setembro de 1950, foi impulsionada pela descoberta do petróleo na Bahia e pelo sonho de uma nação independente em energia. Localizada no Recôncavo Baiano, sua operação possibilitou o desenvolvimento do primeiro complexo petroquímico planejado do país e maior complexo industrial do Hemisfério Sul, o Pólo Petroquímico de Camaçari. Depois da criação em 1971 da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN) chegou o pólo petroquímico, vem a indústria de transformação, também a indústria de produtos acabados (automotivos, eletrodomésticos etc.), atualmente a produção de petróleo na Bahia tem 93 campos em operação, com 1.300 poços ativos, é o terceiro maior produtor do Brasil, gerando 6 mil postos de trabalho e garantindo para o Estado da Bahia em royalty na casa dos 400 milhões de reais por ano. A geração de ICMS na ordem de 4,5 bilhões de reais. Já o Pólo Petroquímico fornece 45 mil postos de trabalho, gerando 1 bilhão de reais de ICMS para o Estado. Afirma que essa cadeia produtiva é de suma importância para a Bahia e para o Brasil. Considera um absurdo o fechamento da FAFEN, trazendo grandes prejuízos para a economia.
“A Bahia vai sair do mapa de investimentos da Petrobrás com o encerramento das operações realizadas nos terminais marítimos, desativação das sondas de perfuração terrestre utilizadas para encontrar novos reservatórios e desmonte do setor de biocombustível. Por isso, estamos mobilizando a sociedade, trabalhadores, Governo da Bahia, empresários para discutir estas importantes questões”, afirmou Daniel.
Assessoria de Imprensa - CDEICS