Na presidência da C&T, Tripoli quer reforçar liberdade de expressão plena com a internet
Em entrevista exclusiva, o deputado fala sobre as expectativas para os trabalhos em 2014 e reforça o compromisso com o desenvolvimento do país nas áreas abrangidas pela comissão. Tripoli afirma que irá manter a linha firme dos presidentes que o antecederam em relação a temas como controle de conteúdo da mídia e a busca por qualidade nos serviços de telefonia e internet.
Qual a expectativa do senhor para este ano à frente da Comissão de Ciência e Tecnologia?
Estou honrado com a indicação do meu partido para presidir o colegiado e minha expectativa é grande. Há uma vontade dos parlamentares no sentido de fazer com que haja uma agilidade maior nas áreas que atendem a comissão. Temos que estar atentos não só à questão do avanço tecnológico, em termos de aperfeiçoamento, mas também no que diz respeito ao custo dessas ferramentas para o consumidor. Espero ouvir os deputados para ver a contribuição que o colegiado pode dar nesse sentido.
O senhor tem um histórico na luta ambiental. De alguma forma isso pode ser aliado ao trabalho na comissão de Ciência e Tecnologia?
Tenho um viés ambiental, é verdade, mas como a questão permeia todas as áreas da sociedade, inclusive a comunicação, ela tem muito a ver com a estrutura que trabalhamos. Não vejo dificuldade, ao contrário, vejo facilidade em fazer fluir e desobstruir os canais que existam nessa área específica.
No comando da comissão nos últimos anos, o PSDB tem alertado para as tentativas do PT de aprovar um marco regulatório da mídia, que muitos veem como a busca pelo controle do conteúdo. Se este tema vier à tona novamente, como será tratado?
O que não queremos é o controle da mídia. Hoje há uma liberdade de expressão plena com a internet, que facilita a vida das pessoas, e não há um engessamento dessa questão. Não será agora, depois de tantos anos de democracia, que a classe política vai reverter o processo, proibindo ou obstruindo o canal de comunicação entre a sociedade e os governos.
Como o colegiado irá lidar com assuntos como a abrangência, qualidade e alto custo da telefonia celular e internet no país?
Nosso sistema é um dos mais caros do mundo. Cabe ao colegiado aferir qual o motivo que leva as empresas a cobrar um preço tão alto. E uma segunda questão é que o serviço nem sempre é de qualidade. É importante um debate público para ouvir os interessados e ver a contribuição que têm a oferecer, assim como os parlamentares, que podem apresentar projetos e indicações para tornar isso mais factível para a sociedade. Tudo tem que estar fluindo. Não se pode encarecer o custo e dificultar o acesso a essa tecnologia de ponta que tanto queremos para o Brasil.
Qual contribuição a comissão pode dar no sentido de definir estratégias capazes de alavancar o país nesta área?
Temos que ouvir os vários setores. Não podemos imaginar que uma ou duas pessoas detenham o controle e saibam exatamente como isso deve fluir. Confio na capacidade dos parlamentares que aqui estão, pois eles lidam não só com o público no dia a dia, mas com a classe que trata dessas questões. Estamos no momento adequado para fazer mudanças. Iremos vencer os desafios com a contribuição dos demais deputados e buscar, de forma suprapartidária, que o país se coloque em uma boa posição. A ideia é fazer com que encontremos caminhos melhores, de forma bem didática e informativa.
(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola)
Fonte: Diário Tucano.