Em audiência pública, deputados cobram de Ministro uso de fundos setoriais das telecomunicações
(Brasília, 27 de março de 2013)
MELHORIA DOS SERVIÇOS
Durante a audiência, os parlamentares demonstraram preocupação com o funcionamento dos serviços de internet e telefonia, sobretudo no período em que será realizada a Copa do Mundo. Os deputados também cobraram o uso do Fundo de Universalização de Telecomunicações (Fust), do Fundo de Fiscalização de Telecomunicações (Fistel) e do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) para investimentos no setor.
Presidente do colegiado, o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) solicitou ao ministro que cobre melhorias por parte das operadoras. Na avaliação do presidente, a qualidade dos serviços de telefonia tem piorado muito.
O deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) sugeriu a utilização dos chamados “small cell” para auxiliar na melhoria do sinal. “Talvez seja o caso de se utilizar dessa inovação tecnológica, anunciada ao mundo como solução para a utilização do sinal de celulares em áreas distantes ou consideradas zonas neutras”, afirmou. O tucano explicou que os small cells são pequenos postes, similares aos de energia elétrica, que não sofrem a intervenção de edificações.
UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
O deputado Sandro Alex (PPS-PR), que propôs o debate, salientou que o Fust já acumulou R$ 13 bilhões, que foram contingenciados pelo governo para formação de superavit primário. Ele ressaltou ainda que o Fistel arrecadou R$ 45 bilhões, mas só R$ 3 bilhões foram efetivamente utilizados para a fiscalização do setor. O deputado Izalci (PSDB-DF) cobrou especialmente a utilização do fundo de fiscalização, lembrando que as empresas de telefonia são campeãs de reclamações nos Procons de todo o país.
O deputado Newton Lima (PT-SP), que foi relator, na Comissão de Ciência e Tecnologia, da subcomissão especial destinada a acompanhar as ações do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), também cobrou a utilização dos fundos, em especial para a massificação da banda larga. Conforme o relatório aprovado em dezembro do ano passado pela comissão, dos R$ 62 bilhões recolhidos ao Fust, Fistel e Funttel pelas operadoras de telecomunicações desde 2001, apenas 7% foram de fato aplicados no setor.
Paulo Bernardo afirmou que o bloqueio dos recursos terá de ser resolvido “em algum momento”. “A presidente Dilma Rousseff disse que o governo pretende dar apoio ao investimento em infraestrutura de telecomunicações em áreas remotas, e posso discutir com ela a possibilidade de uso desses recursos contingenciados”, observou.
COPA DO MUNDO
Já o deputado Silas Câmara (PSD-AM) reclamou da qualidade dos serviços de telefonia celular e de internet na região amazônica. “Não acredito que até a Copa vamos ter internet de qualidade em Manaus”, declarou.
Paulo Bernardo defendeu a aprovação neste ano pela Câmara do projeto da Lei Geral das Antenas (PL 5013/13), já aprovado no Senado, que uniformiza as regras para a instalação de antenas de telefonia celular em todo o País, a fim de facilitar a instalação dos equipamentos nos municípios. Para ele, isso poderá contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços.
Em relação à Copa, ele informou que o Executivo vai cumprir o compromisso assumido com a Fifa de garantir a infraestrutura para a transmissão televisiva do evento, mesmo com os atrasos nas obras nos estádios. “As obras atrasaram muito, e infraestrutura de transmissão de televisão e de telecomunicações é colocada posteriormente”, explicou. “O estádio de Curitiba só ficará pronto no dia 15 de maio, por exemplo. Vai ser feito e funcionará, mas o atraso causa uma tensão e um estresse.”
Já no caso dos serviços de telefonia celular e internet, Bernardo salientou que caberá às empresas de telecomunicações instalar as antenas de celular e infraestrutura para wi-fi. De acordo com ele, as companhias também deveriam “fazer um esforço” para evitar problemas de funcionamento.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), com informações da Agência Câmara.
Foto: Alexssandro Loyola.