Trabalho, Previdência e Assistência

Ex-diretor da Funcef nega que fundação tenha feito investimentos arriscados

26/11/2015 - 17:17  

Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Audiência pública para tomada de depoimentos. Ex-Diretor de Investimentos e Titular do Conselho Deliberativo da Fundação dos Economiários Federais (FUNCEF), Demósthenes Marques
Demósthenes Marques garantiu que investimentos eram sólidos e que não houve pagamento de propinas

Outro depoimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão foi do ex-diretor de investimentos e titular do conselho deliberativo da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), Demósthenes Marques, que defendeu investimentos do fundo.

Uma das empresas que possuíam a Funcef como acionistas era a Desenvix, do segmento de energias renováveis e que pertencia à Engevix, que foi acusada de pagar propinas para diretores da Petrobras.

O ex-diretor explicou que a entrada da Funcef na Desenvix foi baseada em projetos com recursos primários na empresa. “Tinha projetos atrativos e expectativas de rentabilidade futura e esses projetos precisavam de capital próprio. Menos de um ano depois dos aportes que fizemos, uma outra empresa da sociedade, uma empresa norueguesa, demonstrou que o valor que conseguimos avaliar foi atrativo para carteira de investimentos da Funcef”, explicou Marques.

Investimentos
O ex-diretor de investimentos também afirmou que a avaliação inicial sobre o investimento da Funcef na empresa Sete Brasil não demonstrava volatilidade.

Antonio Araújo / Câmara dos Deputados
Audiência pública para tomada de depoimentos. Dep. Sérgio Souza (PMDB-PR)
Sergio Souza informou que relatório vai fazer sugestões de nova legislação

Marques disse que houve um investimento inicial de R$ 350 milhões. “O ativo tinha uma forma de atuação que era construir equipamentos necessários à atuação da Petrobras, e esses equipamentos tinham a garantia de receita de contratos de aluguel de longo prazo”, explicou.

O ex-dirigente respondia ao questionamento do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), que perguntou, também, se Marques tinha conhecimento de propinas na empresa a dirigentes da Petrobras. O depoente negou: “Não passou por mim nem por minha equipe nenhum indício de propina”.

Relatório
Os membros da CPI pretendem prorrogar o prazo de duração da comissão, que acaba no dia 22 de dezembro. Mas o relator no colegiado, deputado Sergio Souza (PMDB-PR), afirmou o relatório vai ter duas direções: a primeira, de encaminhar para autoridades competentes as conclusões e os indiciamentos que serão feitos, e, a segunda, de elaborar uma proposição legislativa que dê mais segurança aos beneficiados pelo fundo de pensão.

Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Mônica Thaty

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