Meio ambiente e energia

Água do São Francisco chegará a municípios no final de 2017, diz ministro

Helder Barbalho, da Integração Nacional, ouviu de deputados apelos para que obra de transposição não seja interrompida, pois Nordeste sofre ameaça de crise hídrica

22/11/2016 - 18:38   •   Atualizado em 22/11/2016 - 13:19

Divulgação/Ministério da Integração Nacional
Governo - obras públicas - transposição do Rio São Francisco foto em agosto 2015
Ministro disse a deputados que execução física geral da obra de transposição do São Francisco já chega a 90,85%

O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, afirmou nesta terça-feira (22), em audiência pública da comissão externa que acompanha as obras de transposição do Rio São Francisco, que os municípios beneficiados pelo projeto terão acesso à água em dezembro de 2017.

Segundo Barbalho, a execução física geral da obra é de 90,85%, e a água poderá ser entregue quando o percentual chegar a 95,6. Os 5,4% restantes são obras complementares como pontes, estradas de acesso e cercas.

Ele explicou que a obra é dividida em dois eixos. As cidades abastecidas pelo Eixo Leste terão o acesso disponibilizado em abril do próximo ano, mas as do Eixo Norte, situadas no maior percurso, seguem até dezembro.

O ministro destacou que os trabalhos não estão parados. Segundo ele, a única etapa paralisada é a que estava sendo executada pela empresa Mendes Júnior. A empresa teria enviado um aviso ao ministério alegando incapacidade de completar a obra.

Em agosto, o ministério recebeu o aval do Tribunal de Contas da União (TCU) para abrir um processo de licitação de escolha da empresa que substituirá a Mendes Júnior, para que as obras não sofram descontinuidade.

Crise hídrica
O presidente da comissão, deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), fez um apelo para que a trtansposição seja concluída logo porque a crise hídrica no Nordeste é grave. Segundo ele, a população carece de água até para as atividades mais básicas.

De acordo com o deputado Leônidas Cristino (PDT-CE), o Ceará “clama” pelo fim da obra. Para ele, o ministério não deveria ter esperado a liberação do TCU para fazer uma nova licitação, e sim pedir uma dispensa desse processo para que outra empresa retomasse as atividades o quanto antes. 

Relator da comissão, o deputado Rômulo Gouveia (PSB-PB)  ressaltou que o ministro se sensibiliza com a situação dos nordestinos. “Ele entende a situação e está trabalhando arduamente para acelerar o processo o máximo possível”, avaliou.

Hipótese de seca
Helder Barbalho explicou que não pediu a dispensa de licitação porque ainda não há confirmação oficial de que haverá crise hídrica no próximo ano. “Uma dispensa de licitação de R$ 600 milhões é algo muito complexo. A repercussão da decisão é coletiva, mas a responsabilidade é minha”.

Segundo o ministro, se as obras continuarem sem interrupções, não haverá risco de crise. Ele disse que pedirá a dispensa caso haja comprometimento dos prazos estabelecidos. “Hoje, o colapso é uma hipótese, em janeiro eu saberei se efetivamente haverá seca ou não. A partir daí, justifica-se a decretação de um estado de calamidade e, consequentemente, um pedido de dispensa de licitação”, afirmou.

O ministro também destacou que, durante sua gestão, triplicou o repasse financeiro ao chamado Cinturão das Águas, no Ceará, para antecipar a finalização das obras. Helder Barbalho acrescentou que os recursos a serem investidos em 2017 já estão garantidos, e que, independentemente da crise, os trabalhos não irão parar. 

Reportagem - João Vitor Silva
Edição - Rosalva Nunes

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