Meio ambiente e energia

Plenário da Câmara discute crise hídrica com ministro de Minas e Energia

Também participam do debate os ministros do Meio Ambiente e de Ciência, Tecnologia e Inovação, além de representantes da sociedade civil. A população pode enviar perguntas e fazer comentários sobre as discussões.

04/03/2015 - 10:05  

Vagner Campos/A2 Fotografia
Meio Ambiente - Seca - seca volume morto sistema Cantareira represa racionamento
Baixo volume de água no sistema Cantareira, em São Paulo, preocupa moradores e autoridades.

A Câmara dos Deputados promove neste momento uma comissão geral no Plenário para discutir a crise hídrica e energética no País. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, será o principal convidado do debate. Quem quiser pode enviar perguntas aos deputados ou fazer comentários sobre o debate pelo Disque-Câmara (0800 619 619) ou pelo e-Democracia.

A ideia de discutir a crise hídrica e energética em Plenário surgiu de requerimento do PV e do Psol, e contou com o apoio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. “A falta de água afeta uma grande população da região Sudeste neste momento. Há causas que precisam ser debatidas”, disse Cunha.

O líder do PV, deputado Sarney Filho (MA), complementou: “Essa lamentável situação tem relação direta com aspectos estruturais e conjunturais”.

Outros dois ministros também foram convidados para participar das discussões: Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Aldo Rebelo (Ciência, Tecnologia e Inovação).

Crise
O Brasil detém 12% da água doce do planeta e abriga grandes bacias hidrográficas, como a do rio Amazonas (a maior do mundo), mas diversos estados têm enfrentado sérios problemas de abastecimento. O caso mais greve é o de São Paulo, onde ainda não foi totalmente descartada a hipótese de rodízio de água. O presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, é um dos convidados da comissão geral.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o governador, Geraldo Alckmin, informou que o rodízio será evitado se as chuvas conseguirem elevar o nível do sistema Cantareira a um patamar entre 13% e 14% até o final de março. Outra condição é que as obras emergenciais para aumentar a capacidade dos reservatórios não atrasem. A fim de evitar o rodízio, o governador também anunciou que a água contaminada da represa Billings será usada para abastecimento humano após passar por tratamento.

No último dia 26, o Cantareira atingiu 11,1% da capacidade - percentual, ainda crítico, que inclui duas cotas de volume morto. Em 1º de fevereiro, o nível estava em 5%.

No âmbito federal, a presidente da República, Dilma Rousseff, estuda lançar uma campanha para estimular o uso racional da água pela população. Em entrevista ao portal Terra no último dia 21, o ministro Eduardo Braga admitiu que o Brasil enfrenta a “maior crise hídrica” da história e ressaltou que janeiro foi o mês que menos choveu nos últimos tempos.

Em debates anteriores na Câmara, deputados e especialistas destacaram, entre outras medidas, a necessidade de melhorar gestão dos recursos hídricos no País.

Apagões
A situação do sistema elétrico brasileiro também será abordada na comissão geral de quarta. Em janeiro, um apagão atingiu dez estados e o Distrito Federal e trouxe transtornos à população. Parlamentares da oposição e da base aliada divergem sobre a responsabilidade do governo.

Para o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), a concessão de descontos na conta de luz em maio de 2013 foi um ato irresponsável de Dilma Rousseff. "Quando deveria estar pedindo ao povo para poupar energia, ela fez o contrário: estimulou o gasto de energia. Isso é de uma irresponsabilidade total”, criticou.

Já o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), sustenta que o sistema está preparado para fornecer energia mesmo em momentos de escassez de chuvas. Na opinião dele, o ocorrido em janeiro foi um problema pontual: “Não significa que o País viverá sucessivos apagões. Providências foram tomadas”.

Além dos ministros e do presidente da Sabesp, também serão ouvidos na comissão geral o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu; o diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Carlos Afonso Nobre; a coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Maria Luísa Borges Ribeiro; e o presidente do Instituto Acende Brasil, Carlos Sales; entre outros.

Da Redação - MO

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